Cumprimentos
pelo nascimento de uma pequena filha. Viagem à Normandia. Apreciação sobre o
padre Bautain. Conselhos sobre a vida de família.
Chaville, 27 de julho de 1873
Senhora Marquesa,
Soube com alegria o feliz nascimento de sua segunda
neta [Thérèse de Houdetot]. Seguiu de bastante perto sua irmã mais velha
[Viscondessa de Pitray]. Será fácil para elas viverem em acordo, visto que sua
idade deve aproximá-las naturalmente e proporcionar entre elas amáveis
simpatias. Resta agora aguardar a chegada do irmãozinho, podemos esperar que
não esteja muito longe. Quando os três tiverem crescido um pouco, já haverá um
amável e barulhento pequeno círculo ao redor da avó e da venerável bisavó, que
serão consoladas e felizes, vendo-se renascer e florescer de novo nessas
queridas crianças. Estou assegurado, Senhora, de que já está vendo em espírito
esse quadro encantador. Deus o realizará, podemos contar com isso.
Tenho boa esperança de que sua pequena viagem a
Vendôme vai fortalecer suas saúdes. Uma diversão rompe a monotonia da vida quotidiana
e a torna, depois, melhor quando a ela se volta. Como essa excursão lhe
deixaria, aliás, amáveis lembranças se conseguisse os resultados espirituais
almejados! [conversão do General d’Hurbal]. Deus queira atender os votos tão
ardentes pelas almas que lhe são caras. Não nos cansemos de rezar. Digo “nos”,
pois o faço com a Senhora bem fielmente. A perseverança obterá enfim um ato
insigne de divina misericórdia.
31 de julho. Endereço
esta carta para Saint Laurent, achando que a Senhora d’Hurbal e a Senhora estão
de volta ali. Tinha decidido enviá-la à Senhora em todo lugar onde estivesse,
mas, no momento em que ficava sabendo que ia partir, eu mesmo me punha a
caminho para voltar da Normandia, onde passei oito dias. Aproximei-me para
perto da Senhora, pois estive visitando o pároco d’Yvetot, mas parece-me que um
concurso de circunstâncias se colocava maldosamente entre mim e sua cara
residência, pois, nesse mesmo instante, a Senhora decidia sua saída para
Vendôme. Não saberia dizer o quanto suas tão amáveis insistências para me
oferecer a hospitalidade sob seu teto abençoado me comovem e me tornam
agradecido. Redobram meu pesar por não poder corresponder. As funções que
desempenho ainda exigem continuidade e não me deixariam livre neste ano para me
ausentar de novo. Talvez possa estar menos impedido em outra estação.
Ficaria feliz, como compensação, em ter logo notícias
suas, também da Senhora sua mãe e de seus caros filhos.
Procurei atenta e inutilmente em sua última carta, Senhora
Marquesa, se era mencionado o aluguel da grande fazenda. Deve-se concluir que
está, enfim, alugada conforme seus desejos? Inclino a acreditá-lo, pois esse
grande negócio a preocupava com toda a razão. Tenha a bondade de me pôr fora de
toda incerteza.
Como estou satisfeito pelo livro do Sr. Bautain lhe
convir! Deve ser ao mesmo tempo sólido e interessante, pois o autor, pensador
sério, tinha também um grande talento como orador e como escritor.
Tenho poucas ocasiões e, sobretudo, poucos meios para
ser útil à sua cara alma. Ficarei, então, mais tranqüilo se posso, ao menos,
indicar-lhe algumas boas leituras que lhe sirvam de alimento, ao mesmo tempo
que a comunhão levará a consolação e a força ao íntimo de seu coração. Ouso
também lhe recomendar o pequeno livro de Meditations bem breve, mas
piedoso, e não sem valor espiritual.
Não teria demorado tanto, Senhora Marquesa, para lhe
escrever, se não me tivesse encontrado um pouco debilitado em conseqüência de
calores extremos e de algum cansaço. Peço-lhe para me desculpar e não atribuir
esse atraso a algum descuido nem a uma falta de diligência.
Queira
também aceitar, com a Senhora Viscondessa d’Hurbal, todos os sentimentos de
respeito e de devotamento nos quais sou
Seu humilde servo e amigo em N.S.
Le Prevost