Vida
retirada em
Chaville. Alusão às peregrinações. Orações que fazem
“violência ao Coração de Deus”.
Chaville, 18 de setembro de 1873
Senhora Marquesa,
Começo a
conceber algumas inquietações, não recebendo a menor palavra do lado de Saint
Laurent, cara região que não vi, mas que amo, porém, e que me volta muitas
vezes à memória. Venho, portanto, solicitar da Senhora Marquesa algumas linhas
que me tranqüilizem sobre a Senhora, sobre a Senhora sua mãe e sobre seus
grandes e pequenos filhos. Não vou pensar, todavia, que esteja doente, nem a
Sra., nem algum dos seus. A Senhora d’Hurbal, na falta da Senhora mesma, me
teria avisado disso caridosamente. Terá, talvez, feito alguma viagem ou
excursão de negócio ou de descanso? Perdão! por favor, Senhora, por esse tipo
de inquisição mental. Não é, seguramente, a curiosidade que põe assim meu
espírito em ação, mas, sim, o interesse cheio de respeito e de apego que, há
muito tempo, devotei a toda sua cara família. Ouso contar com sua bondade a
toda a prova para obter logo algumas linhas de sua cara mão.
Gostaria
muito de lhe dar aqui, à minha vez, algumas notícias um pouco dignas de sua atenção,
mas, confinado e retido por minhas ocupações habituais, um pouco mais solitário
ainda do que de costume, por causa de minha saúde provada pelos grandes calores
e continuando muito deteriorada há seis semanas, sou, na verdade, um
correspondente o pior informado que se possa ver. Por isso, Senhora Marquesa,
escrevo-lhe somente para lhe escrever, para lhe redizer todos os meus
sentimentos devotados, para me atrair algum sinal de lembrança de sua parte.
Feito isso, tinha necessidade de dizê-lo, sua amável bondade o entenderá.
Vi, pelos
jornais, que foram realizadas, na Normandia, várias peregrinações em diversas
direções, mas ainda bastante longe da Senhora. Espero que não tenha podido
participar. Por causa de sua saúde, sempre imperfeitamente restabelecida, não
suporta muito as multidões e todos os contratempos445 de uma viagem
acidentada. Mas se deve rezar bem em sua pequena capela e mesmo na igreja de
Saint Laurent. De lá, seus votos terão subido, com tantos milhares de outros, e
contribuirão para arrebatar o Coração de Deus. É preciso, mesmo, contar com sua
graça, pois os espíritos continuam bem divididos. Possa sua divina caridade
aquecê-los e reuni-los na fé e na paz.
Queira,
Senhora Marquesa, aceitar para si, para a Senhora sua mãe e para todos os entes
queridos que a rodeiam, os sentimentos de respeitoso devotamento com os quais
sou em N.S.,
Seu humilde
servo e amigo
Le Prevost