Dificuldades
com o Sr. Caille sobre o futuro da obra de Amiens. Condescendência extrema do Sr.
Le Prevost.
Segunda-feira, 13 de outubro de 1873
Meu caro
amigo e filho em N.S.,
O Sr.
Caille, momentaneamente em Paris para seus negócios, veio me ver hoje
(segunda-feira). Não saberia muito dizer em que disposições se encontra.
Desejaria outra reunião dos principais membros do Conselho, para tentar uma
possibilidade de se entender.
Ele torna
sempre a falar sobre os detrimentos que a obra de Amiens sofreu, em
conseqüência das mudanças múltiplas dos diretores ou capelães, da insuficiência
de vários deles, do tipo de exclusão em que foi mantido, durante um tempo, de
todo lado, na direção dos movimentos da obra etc. etc. Após essas rudes
provações, inquietadoras para o futuro, não acha sábio abandonar suas fundações
à absoluta discrição da Congregação, quando não estiver mais por ali. Pretende,
portanto, pela Constituição de uma administração legal, prevenir as gestões
defeituosas ou liberdades demasiadamente extensas de nossos atos nas obras em questão. Duvido
muito de que esteja disposto a renunciar a suas vistas. Acharia, antes, que
espera nos trazer a seu sentimento. No entanto, não vi nada de preciso a esse
respeito.
Talvez já
tenha feito algumas propostas a alguma Congregação para a manutenção de suas
obras e queira, numa última vez, antes de nada concluir, testar se a
resistência da Congregação a seus projetos é absoluta e definitiva.
Em todos os
pontos, me mantive em uma grande reserva, referindo-me à decisão do Conselho e
convidando-o, quanto a ele, a permanecer fiel até o fim aos graves compromissos
que, diante de Deus, contraiu conosco. Propõe-se ir vê-lo, por isso achei dever
dar-lhe os poucos detalhes acima.
Vi, nesta
manhã, no l’Univers, que o Sr. de Resbecq está nomeado Subdiretor
do Ensino Primário, e o Sr. Gréard, desnorteado (homem perigoso, diz l’Univers).
Nossos
irmãos gostam muito do Sr. Thonin [professor no Pequeno Noviciado],
principalmente os que o cercam. Sua ciência lhes dá confiança; é bom músico,
parece; apresenta ser de humor manso e muito sociável.
Seu todo
afeiçoado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
P.S. O Sr.
d’Arbois me dizia nestes dias que se devia avisar o Sr. Charrin pai de sua
próxima chegada. Lembro isso, inutilmente sem dúvida, pois deve ter pensado
nisso antes de nós.
Não se
poderia imaginar um tipo de meia-dependência da Obra de Amiens frente ao
Bispado, para dar satisfação ao Sr. Caille?