Pêsames
a seu amigo Cosnier que acaba de perder sua esposa. Irradiação da família
Pavie. Elogio dos Srs. de Varax e Myionnet.
Vaugirard, 15 de novembro de 1873
Meu
caríssimo amigo,
Exprima,
por favor, a nosso amigo Sr. Cosnier nossas vivas simpatias. Tomamos a mais
sincera parte em sua aflição. Os Srs. Myionnet, de Varax e eu, apreciamos a
amplidão do sacrifício que a vontade divina lhe impõe. O que nos diz do fim
comovedor e tão cristão da esposa, da resignação profundamente submissa do
esposo, que sobrevive com pesar, nos comove sem nos surpreender. Conhecemos o
coração que sofre a provação e sabemos que a mão de Deus tinha medido o golpe
antes de feri-lo. Tenhamos confiança, essa doce mão se colocará na ferida viva,
para derramar ali o óleo e o vinho, a fortaleza e a consolação, os pensamentos
elevados da fé, as santas esperanças do futuro eterno. Ali os laços das puras
afeições se reformarão e nunca mais serão quebrados. Sejamos pacientes alguns
instantes no exílio, logo encontraremos a pátria.
Como lhe
sou agradecido pelos interessantes detalhes que me dá sobre o círculo íntimo
com que a bondade de Deus o rodeou. É com muita razão que se mostra agradecido.
A parte que lhe foi feita é bem escolhida, todos os seus têm coração e os dons
da inteligência por cima, são cristãos à maneira de você: não pela metade, mas em plenitude. Não
lhe precisava de menos para lhe fazer uma atmosfera respirável, o Senhor a fez
segundo sua necessidade. Como é bom dar-se a Ele e como se sente bem e sempre
mais, na medida em que se progride, que só há verdade e paz N’ele. Possa
Ele nos conservar esse tesouro, aumentando-o todos os dias!
Tenho
somente poucos fatos a lhe comunicar sobre nossa família religiosa que é, em
Deus e em sua caridade, também a sua. Sustentamo-nos com a sua graça,
progredindo devagar, mas com passo regular, nos situando melhor enquanto
avançamos. O Sr. de Varax junta a atividade à prudência e se apóia mais no
sobrenatural do que nos seus recursos próprios, por felizes que sejam. Nosso
Irmão Myionnet, inalterável em sua abnegação e sua dedicação, envelhece sem
enfraquecer. O último dia o encontrará ainda em plena atividade, seu exemplo é
para nós essa pregação muda de que você fala, que persuade e consola, e nos
leva a bendizer a Deus.
Adeus, meu
caríssimo amigo. Ofereça nossos afetuosos respeitos à Sra. Pavie, nossos
sentimentos devotados a seus caros filhos, e para você, pegue de tudo no mesmo
conjunto, pois sentimos tudo o que a mais cordial amizade pode inspirar.
Seu amigo e
irmão em N.S.
Le Prevost
P.S. Na
ocasião, lembrança ao irmão Théodore que se esconde demais, mas de quem não nos
esquecemos apesar de tudo.