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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1701 - 1806 (1872 - 1874)
    • 1768 - à Sra. Marquesa de Houdetot
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1768 - à Sra. Marquesa de Houdetot

Conselhos nas dificuldades da vida de família.

 

Chaville, 26 de novembro de 1873

 

Senhora Marquesa,

 

Noto claramente, com a Senhora, que as provações e contrariedades se sucedem neste mundo e que, para a Senhora em particular, estão longe de poupá-la e, muitas vezes, como hoje, nos objetos que lhe são mais caros, os mais intimamente unidos, seus bem-amados filhos. Mas acho que, na circunstância que a ocupa e a entristece presentemente, o sofrimento e os mal-entendidos são apenas acidentais. A convicção sendo bem estabelecida, para sua boa mãe e para a Senhora, que seu jovem casal deseja cuidar exclusivamente da educação das duas pequenas filhas e não gosta nem dos avisos, nem das observações, recuperarão certamente, desse lado, a calma e a paz, abstendo-se e deixando ao tempo e à experiência o cuidado de trazer seus úteis conselhos. Esses são os mais eficazes e os melhor recebidos. São, às vezes, tardios e custam um pouco caro, mas ainda são preciosos quando são aproveitados. O bom espírito de seus caros filhos lhes assegura que será assim para eles. O difícil será, para a Senhora dHurbal e para a Senhora, dominarem esse primeiro movimento que nos leva a procurar o bem ou a prevenir o mal que parece ameaçar, mas conseguirão, se a resolução for, uma vez, bem tomada. Toda influência salutar não lhes será proibida: mesmo nesse caso, seus caros filhos, deixados a sua plena liberdade, recorrerão por si próprios, às vezes, à sua ajuda que estarão felizes em reencontrar. A juventude é assim feita, disposta à confiança em si, e muito ávida de liberdade. Mas, nas almas bem dispostas como é o caso aqui, o abuso sério não é de se temer. Em todo o caso, uma resistência abertaacabaria em tristes dissensões e em uma separação que seria deplorável para ambas as partes. Seus caros filhos, numa morada separada, estariam um pouco sozinhos e não encontrariam, sem despesa notável, o lindo apanágio do castelo Saint Laurent. De seu lado, a Senhora sua mãe e a Senhora não teriam mais sociedade íntima e habitual. O melhor, portanto, é viverem juntos, fazendo muitas concessões. Não serão iguais, talvez, mas a bondade tão ordinária aqui nas duas mães e sua condescendência cristã restabelecerão o equilíbrio. Estou bem persuadido de que ai está o melhor partido, em qualquer situação, enquanto uma decisão contrária não poderia ser tomada sem tentativas prolongadas e maduras reflexões.

 

A Senhora Marquesa me perdoará dizer tão precisa e longamente meu parecer, mas a Senhora me encorajou a isso, tomei a licença ao da letra. Para chegar até o fim, acrescentarei que o divino Senhor, provando-a com tanta persistência, testemunha o bastante quanto Ele a quer toda Sua. Ele a desapega das coisas da terra, para preparar na Senhora um amor maior dos bens espirituais. A luta é rude e penosa para a natureza, mas a vitória será bem meritória e terá doces consolações. Deus é tão bom e nos ama tão fortemente que, se não temos a coragem de nos doarmos, Ele quer, bondosamente, Ele mesmo nos tomar. Deixemos somente que Ele o faça e consintamos na sua paterna ação.

 

Não me esqueço dos bons tios. Sua idade quer que não sejam perdidos de vista diante do Senhor e, já que estão, parece, confiados por ele à sua guarda, velemos e oremos. Ponho-me humildemente com a Senhora, nessa santa obra, na qual quis bondosamente me dar uma parte. Farei o possível para concorrer para tanto da melhor forma possível447.

 

Ofereço à Senhora dHurbal minhas profundas homenagens e lhe peço, Senhora Marquesa, para aceitar meus mais respeitosos sentimentos em Jesus e Maria.

 

                                               Le Prevost

 

 





447 Primeira graça atribuída ao Sr. LP. A Marquesa de Houdetot escreve em 30 de junho de 1876 (20 meses após seu falecimento) que o Sr. LP. obteve a graça da conversão do General dHurbal, de Vendôme. (Positio, p. 725).





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