Próxima
chegada em Paris.
Chaville, 20 de janeiro de 1874
Senhora
Marquesa,
Acolho com
uma alegria bem cordial o anúncio assegurado, que me dá sua carta do dia 18, de
sua bem próxima chegada em
Paris. Essa satisfação, na verdade, está misturada com certo
pesar, pelo afastamento em que vai se achar sua morada do bairro Saint
Germain, o mais acessível para mim. Mas esse sentimento não falta de um pouco
de egoísmo e apresso-me em comprimi-lo, querendo me comprazer de preferência no
pensamento da conveniência que terá, para a Senhora e para a Senhora sua mãe, a
residência que escolheu, bem perto de la Madeleine, no centro de seus relacionamentos e do
maior número de seus conhecidos.
Embora
minhas forças tenham ainda sensivelmente diminuído neste ano, acharei o
suficiente, com certeza, para chegar perto da Senhora. O coração passará para
minhas pernas, e o desejo de rever a Senhora sua mãe e a Senhora Marquesa, há
muito tempo já ausentes, me devolverá um pouco de minha antiga, muito antiga
agilidade.
Não quero
me arriscar a ser importuno, indo cedo demais. Precisa, certamente, deixar-lhes
o tempo necessário para sua instalação. Mas, se a visita que sua
condescendência quer bondosamente me prometer para o dia 30 deste mês não
pudesse se realizar, não deixaria de acorrer, sim, acorrer, à rua Richepanse,
no começo de fevereiro.
Queira,
Senhora Marquesa, fazer aceitar pela Senhora Viscondessa d’Hurbal minhas
humildes homenagens. É pena que não tenha sabido adivinhar que ela estava em
Paris há alguns dias, e também onde poderia tê-la encontrado. A tentação teria
sido grande de ir certificar-me do estado de suas saúdes! Vou pedir a Deus para
que a sua, em particular, Senhora, seja forte para a viagem. Sou, com os
sentimentos costumeiros de respeitoso devotamento,
Seu humilde
servo e amigo
Le Prevost