Socorros
e consolações espirituais na última doença. Paciência e submissão.
Chaville, 27 de setembro de 1874
Senhora
Marquesa,
Não quero,
apesar do pouco interesse que pode ter uma carta de doente, ficar muito tempo
demais sem lhe escrever. Se quisesse, uma a uma, lhe enumerar as fases e os
acidentes de uma longa doença, haveria muito a dizer. Mas, não é mais sábio e
mais conveniente lhe poupá-las? Prefiro tomar as coisas por um lado mais
consolador e lhe mostrar o quanto Deus é bom e misericordioso pelos que prova.
Assim, nenhuma das consolações que podem me ser dadas, através dos
aborrecimentos e dos sofrimentos, me é poupada.
Em primeiro
lugar, uma missa é celebrada várias vezes por semana, e, propositalmente, num quarto
pegado ao meu. A Santa Comunhão me é trazida quatro vezes em viático. Além
disso, todas as noites, posso fazer uma pequena revisão do dia com um de nossos
Senhores eclesiásticos, para estar em condição de me apresentar diante de Deus,
se Lhe aprouvesse chamar-me a Si. Enfim, uma leitura de piedade me é feita a
cada dia por um dos dois jovens irmãos [Bouquet e Pételat], que foram
encarregados de me dar seus cuidados. A bondade desses caros jovens é perfeita:
dia e noite, me dão os cuidados de todos os tipos que minha fraqueza absoluta
exige; particularmente, ficam velando, ora um ora outro, para me assistirem,
pois, há um mês, não posso, por causa das sufocações, ficar numa cama e
deito-me numa poltrona.
Seria bem
culpado e bem ingrato para com a bondade de Deus, se não aproveitasse de tantos
favores pelo exercício da paciência e da submissão à sua vontade divina.
Pedirá, Senhora, assim como sua boa mãe, a graça para mim de usá-las agora. De
seu lado, tenham a certeza de que as recomendo muitas vezes, ambas, ao bom
Deus, assim como toda sua cara família.
Queira
aceitar, Senhora, assim como a Viscondessa d’Hurbal, os sentimentos de meu
profundo e respeitoso apego em N.S.
Para o Sr. Le Prevost: E. Bouquet
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