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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1 - 100 (1827 - 1843)
    • 81 - ao Sr. Pavie
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81 - ao Sr. Pavie

A e suas riquezas. As pequenas obras de caridade não desgostam V. Pavie. Mérito dessas humildes e pequenas obras. A amizade segundo o exemplo do Cristo.

 

6 de janeiro de 1840

 

            Meu caro Victor,

 

            Você me escrevia no dia de Natal, respondo-lhe no dia da Epifania, estamos quites. Pois, se o Natal é a flor, a Epifania é o fruto. Como me é doce, meu caro Victor, que todos estes bons e piedosos pensamentos, inspirados à sua excelente alma pelo grande mistério de nossa , se derramem bem naturalmente em minha direção. Não que eu fique orgulhoso por isso e que me acredite digno, mas porque me prova sempre cada vez mais que a união dos nossos corações, fundada sobre uma tal base, é para sempre assegurada, enquanto a mesma base não tiver oscilado. Ora, quem de nós não espera, apesar de sua fraqueza permanente, permanecer até o fim sobre esta pedra da . Devemos-lhe nossas mais puras alegrias e sabemos que, fora disso, não haveria mais para nós alegrias verdadeiras doravante, porque quem saboreou aquelas tem o coração grande demais para as outras. Alegro-me também bem  vivamente por causa de você em particular. Suas últimas cartas são cheias de um ardor fervoroso que me prova que sua alma vai se exaltando cada vez mais; que nem os negócios deste mundo, nem as alegrias do lar, causas demasiadamente ordinárias do enfraquecimento das nobres inspirações, o seguram: a chama tende para o alto e supera todo obstáculo; assim faz o arrebatamento sublime de seu coração. Bendigo a Deus por isso e peço-lhe que me faça semelhante graça, para que andemos lado a lado e atinjamos juntos o objetivo. Nossas pequenas obras de caridade terão  influência para nos ajudar reciprocamente. Meu coração pulou de alegria, confesso a você, quando percebi que a simplicidade desses pequenos trabalhos não o  enfastiavam. Deus me mostrou que Ele tem imensas graças para aqueles que, em seu nome, aceitam humildes e pequenos empreendimentosconsideram-nos grandes, porque feitos por causa dEle.

 

            Persevere, meu querido amigo, nossa afeiçãogrande crescerá ainda mais assim e não será o menor dos frutos felizes que dela decorrerão. Não, certamente,  nosso bem-amado Mestre não baniu os suaves e ternos sentimentos para as almas que são suas: Ele usava de carícias para com as criancinhas, de vivas efusões para com seus amigos e de predileções íntimas com alguns. Ele quer que O amemos antes de tudo , e é de direito, mas que, por causa dEle, amemos também todos os outros, não uniformemente, mas em ordem e graus, de acordo com a afinidade de nossas almas. Essas devem nos ser as mais caras, que mais nos atraem89. Deus colocou nelas aquilo de que precisamos, que deve sustentar-nos, elevar-nos acima de nós mesmos e duplicar nossas forças para avançar na sua direção. Isso, o achei em você desde o primeiro contato, caro amigo, e nesta hora, ainda o acho. São João apoiava-se assim no peito do Mestre bem-amado; como lhe agradeço recordar essa amável lembrança. São João é meu padroeiro. Quantas vezes pedi-lhe para animar-me e me conduzir ele mesmo até o coração de nosso divino amigo! Eu lia numa Vie de Ste Thérèse (pelo Sr. Leboucher, pároco de St Merry, que você lerá logo, se acreditar em mim, junto com uma outra vida, mais rara, do mesmo autor, a Vie de la Bienheureuse Marie de lIncarnation, fundadora do Carmelo na França) lia isto: ela rezava por uma alma reta, mas, no entanto, extraviada, e, num impulso de sublime familiaridade, ela dizia: “Atraia-o para você, ó meu Jesus, você está vendo, ele seria digno de ser dos nossos amigos!” É assim que devemos tratar com Ele e, consequentemente, também com aqueles que Ele nos deu. Vamos neste caminho, caro amigo, por aí andarei a grandes passos, asseguro-lhe, pois acreditarei seguir assim o exemplo e a vontade de nosso Deus.

 

            Diga bem à sua doce amiga que estará de parceria em tudo isso. Estimo-a também, como você, bem querida por Deus e bem digna dele.

 

            Mil coisas afetuosas a todos os nossos amigos, a Bruneau em particular, que me acusa, tenho medo, de negligência, embora não haja verdadeiramente nenhuma  em mim para com ele. Afeição também a todos os outros, a Adrien, a Godard e àqueles ainda que têm a bondade de se lembrar de mim.

            Obrigado por seu zelo para a venda de St Vincent.Ficar-lhe-ei agradecido por me fazer receber logo que puder o dinheiro obtido. (5f por exemplar somente).

 

                Adeus ainda, caro amigo, unamos nossas orações, nossos atos e toda a nossa vida; os melhores como você pagarão pelos outros e todos juntos chegaremos ao objetivo.

            Seu devotado irmão em J.C.

 

                                               Le Prevost

 

P.S. Terno respeito a seu bom pai.

 





89 O Sr. LP. fala aqui de um atrativo completamente sobrenatural e espiritual. O que segue precisa e completa o pensamento do Sr. LP. sobre a amizade cristã.





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