Desculpas por não ter
ido à sua ordenação sacerdotal. “Pobre leigo muito indigno”, o Sr. Le Prevost
conservou nostalgia por esse estado de vida ao qual não pôde aceder.
9 de
outubro de 1840
Meu querido irmão,
Senti infinitamente não ter estado em casa por ocasião de sua rápida passagem
em Paris, senti também não ter podido ao menos vê-lo na carruagem, senti enfim
sobretudo não ter ido a Chartres, como o teria tanto desejado, para a sua ordenação.
Rezei do jeito menos mal que podia, na capela do bom São Vicente, a quem
você é tão caro e com quem você vai, com certeza, cada vez mais se identificar.
Essa foi minha única consolação e é também meu recurso ordinário em todas as
minhas impotências de espírito, de vontade e de pernas, tudo junto.
Aguardava com uma viva impaciência uma carta de coração a coração. Nela você me
dirá, caro amigo, enquanto Deus lhe permitir, tudo o que esse divino Pai fez
por você nesse grande dia de sua consagração definitiva, e também nesse mui
adorável sacrifício que lhe foi dado oferecer com nosso Salvador. Oh! você não
me dirá tudo, sinto bem; quem poderia tudo dizer em tal caso? Mas verei o
bastante para que minha alma seja edificada e meu coração cheio de alegria por
causa de sua felicidade.
Diga-me também, caro padre, que você rezou por mim, pobre leigo muito indigno,
e que você me pôs no seio de nosso Deus, com todos aqueles que lhe são caros e
que você tinha direito, nesse dia sobretudo, de recomendar ao seu amor.
Preciso acabar rápido esta carta, caro amigo, embora me fosse doce prolongá-la.
Escrevo-lhe particularmente para perguntar o que quer fazer doravante para o
aluguel de suas pobres protegidas. O prazo venceu, elas gritam miséria; o que
vou fazer? Diga-me isso, bem rápido, por favor.
Mil ternos
sentimentos em N.S.
Seu irmão
devotado
Le Prevost
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