Disposições
financeiras concernentes à Conferência. Notícias de sua saúde e de suas obras
de caridade.
Paris, 16
de setembro de 1842
Meu caríssimo amigo e irmão,
Seu silêncio, após minha última carta, me deixou incerto sobre os meios que
você queria tomar para fazer chegar até mim o dinheiro destinado a suas pobres
Senhoras. Limitei-me, em conseqüência, a fazer o adiantamento puro e simples
dos 30f
necessários aos aluguéis e não mandei pegar nada com o Sr. seu irmão, embora
lhe tivesse escrito para dar-lhe um aviso contrário.
Terei, estes dias, que reclamar novamente sua mediação obsequiosa, para fazer
chegar uma pequena importância à Normandia. Peço-lhe, portanto, caríssimo
amigo, para me escrever o quanto antes para me dizer em que termos devo fazer
meu pedido. Trata-se de saber se, primeiro, será preciso deduzir, sobre o
dinheiro que ele tiver a bondade de encaminhar para cá, para mim, os 30f que adiantei para o último
trimestre. Preciso saber, também, quanto ao trimestre cujo prazo vai vencer, se
se deve também fazer a dedução.
Ficar-lhe-ei sinceramente obrigado, caro amigo, se me escrever logo, pois a
pequena disposição que tenho a tomar, de meu lado, para a Normandia, vai ser
bastante urgente.
Estou bem feliz que esta ocasião o obrigue a me dar notícias, porque você me
faz muito jejuar delas. Você derrama em abundância os conselhos e as palavras
edificantes sobre todos aqueles que o rodeiam e sobre outros ainda, sem dúvida,
por suas correspondências; este santo alimento seria certamente bom para mim
também e se, por sobriedade espiritual, não o solicito com ardor demasiado,
acredite, caro amigo, que ele, no entanto, me reconfortaria muito
maravilhosamente. Estou quase sempre sofrendo e tão fraco das pernas e do
espírito, que não faço quase mais nada em obra de caridade. A inutilidade de
minha vida pesa às vezes sobre mim e tenho a necessidade de me lembrar que
devemos estar como o quer nosso divino Mestre, e não como nos agradaria a nós
mesmos.
Quanto a você, caro amigo, trabalha corajosamente na cura das almas e está
entre os operários da vinha santa. Abençôo de coração por isso nosso bem-amado
Senhor e peço-lhe, como seu irmão e terno amigo, para me dar uma pequena parte
nos seus méritos.
Adeus, caro amigo, sou nos divinos Corações de J. e M.
Seu irmão devotado
Le Prevost
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