Envio de uma estátua
da Virgem. Escolha de um pregador. Precisando as contas para as pobres
visitadas. Um confrade de S. Sulpice se faz missionário.
Paris, 17
de janeiro de 1843
Meu querido irmão,
Causou-me um duplo prazer realizar seus pedidos, porque concernem à glória de
Deus em primeiro lugar, e depois, porque achava a ocasião de lhe ser útil. O
Sr. Dubucoy, que vi ontem, me disse que não desejava nada melhor que lhe enviar
o grupo de Nossa-Senhora das Sete Dores, mas que precisava, antes de tudo,
saber se a capela onde devia ser colocado estava pronta e sobretudo conhecer as
dimensões de uma maneira precisa, em largura e altura, do lugar que se lhe
destina, a fim de saber com certeza se ele poderá convenientemente ser adaptado
a esse local. Parece-me um pouco que você já lhe tinha mandado essas
informações; mas, como ele parece ter inteiramente esquecido isso, precisaria,
nesse caso, caro amigo, se resignar a recomeçar.
O Sr. Duquesnay, de seu lado, está muito disposto a fazer os sermões que você
deseja, mas teme que seu superior, o Sr. Padre de Rauzan, a quem se deve
dirigir, recuse. Para evitar esse golpe, ele crê prudente que a carta escrita a
seu Superior seja enviada a ele mesmo, (Sr. Duquesnay, rua de la Planche, 15) num envelope,
para que ele possa entregá-la pessoalmente ao Sr. de Rauzan, acompanhando-a de
algumas explicações que aplainariam talvez as dificuldades. O primeiro domingo
de fevereiro é reservado para Versailles, mas os dois seguintes ainda estão
livres. Apresse-se portanto, caro amigo, em ajustar-se à situação. Aqui, meu
trabalho foi bem recompensado, pelo fato de travar conhecimento com o Sr.
Duquesnay que é um homem de verdadeiro talento e ao mesmo tempo um dos
mais amáveis e dos mais dedicados padres que eu conheça e que se possa ver.
Ainda não pude quitar inteiramente suas pequenas contas para as boas Senhoras,
porque ainda não sei o que podia ser devido para Dona Meslin. Mas entreguei à
Senhorita Montvoisin 33f,
a saber: 18f
para adiantamentos que ela tinha feito, segundo seus antigos costumes, antes da
recepção de sua carta, e 15f
para o trimestre, segundo suas últimas instruções. Para o aluguel de Dona
Delatre, que não é de 22,50 mas de 27f
50, será necessário, caro amigo, que você doe doravante 16f e não 15, a fim de que possamos, de
nosso lado, fazer uma pequena diminuição proporcional. Se for do seu agrado,
resolveremos a coisa assim, doravante. Desta vez, estou mais do que em
condições, seu irmão me entregou 75f,
dos quais até agora remeti somente 49f
à Senhorita Montvoisin, sendo 33f
para ela mesma e 16f
para o aluguel de Dona Delatre. Ficariam portanto para mim em caixa 26f, se nada é devido para Dona
Meslin. Direi isso exatamente a seu irmão, quando lhe escrever por ocasião do
próximo vencimento.
Adeus, caríssimo amigo, termino reclamando sempre uma parte em suas orações,
para mim e pelo que me toca particularmente. Desejaria mesmo chegar a amar a
Deus de coração e em verdadeira simplicidade; peça-lhe esta graça, embora
miserável como sou; eu também oro por você.
Seu irmão em J.C.
Le Prevost
P.S. Nosso irmão Estève acaba de entrar nos
Jesuítas para tornar-se missionário.
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