Providências junto a um estatuário. Retiro pascal em Notre-Dame pelo
Pe. de Ravignan. Esperança de ver se acordar a fé nos operários.
Paris, 24
de maio de 1843
Meu caríssimo irmão,
Meu silêncio pode lhe fazer acreditar que descuidei de sua recomendação
concernente ao grupo de N.D. des Douleurs. No entanto, não é nada disso;
estive, não saberia dizer quantas vezes, mas quatro ao menos, com o Sr. Dubucoy
a esse respeito. Como cada vez ele esquecia as dimensões, tomei o partido de
redigir-lhe uma nota detalhada, com todas as informações que você me havia
transmitido. Ele tinha-se manifestado plenamente satisfeito com isso e me
prometera solenemente que dentro de oito dias o envio seria feito. No entanto,
tornei a ter com ele depois, repetidamente, nova promessa, novo adiantamento,
alegação de negócios, de embaraços múltiplos, é tudo o que posso obter. Fico um
pouco desesperado com ele, para dizer-lhe a verdade, pois vejo que este
excelente Sr. Dubucoy não leva nada a termo e justifica o que me havia sido
dito: que ele está cansado e um pouquinho envelhecido. Diga-me, caro amigo, o
que devo fazer e seguirei suas instruções.
Penso que a Quaresma não passou para você sem grandes cansaços. Não o lastimo,
se sua saúde é bastante robusta para suportá-los. Ficaria bem contente de ter
uma palavra a esse respeito em sua próxima carta. Dona Delatre tinha ouvido
dizer vagamente que você tinha sofrido um pouco; isso nos deu alguma
inquietação, você a dissipará, espero, inteiramente, informando-me que está
restabelecido e disponível como sempre, para as obras de Deus.
Nosso divino Mestre é servido aqui também com um zelo e uma caridade bem
edificantes, considerando-se, pelo menos, o longo esquecimento de que se
queixavam, há poucos anos atrás ainda, com tanta razão. O retiro de Notre-Dame,
seguido por um número imenso de homens de toda idade e de condições diversas,
foi coroado por uma comunhão geral, da qual perto de três mil homens tiveram a
felicidade de tomar parte. Os operários tiveram sua vez; em S. Marguerite, isso
era, asseguram, admirável. Ontem, em S. Sulpice, vi com meus próprios olhos, uns
seiscentos operários enchiam a nave, aproximaram-se da santa Mesa com um
recolhimento e uma piedade que o teriam, caro amigo, vivamente enternecido.
À noite, eram oitocentos ou mil no local de sua assembléia; a reunião foi cheia
de interesse, terminou com uma Bênção Solene do Santíssimo. Se esta boa obra se
espalhar em todos os bairros, Paris e em seguida a França inteira serão salvos;
reze bastante, caro amigo, para que o Senhor abençoe este feliz começo.
Amo você sempre com muita ternura no Coração de J. e de M.
Le Prevost
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