Providências para uma
estátua encomendada em Paris. Colocação de um jovem aprendiz-alfaiate a
serviço de um patrão. Pedido de ajuda para um jovem farmacêutico.
Paris, 14
de agosto de 1843
Meu querido irmão,
Teria sido feliz, escrevendo-lhe na véspera da festa de nossa muito amada
Maria, de lhe anunciar que o grupo, tanto tempo desejado, está enfim a caminho
para sua destinação, mas não tenho nada a informá-lo e é com muito pesar,
como pode crer. O Sr. Dubucoy está sempre na mesma disposição, mas sem
resultado algum. Na última vez que saí para vê-lo, ele tinha partido para
Eu; deve voltar somente após seis semanas, e, na sua volta, farei uma
nova tentativa.
Cuidei também, caro amigo, de um outro assunto que você me tinha recomendado
por sua última carta que me foi remetida, como você não esqueceu, sem dúvida,
por um jovem irmão saído por causa de saúde de sua Comunidade e que desejava se
colocar aqui para se aperfeiçoar na profissão de alfaiate. Consegui fazê-lo
entrar junto a um excelente mestre, bom cristão, que pertence à conferência S.
Sulpice. Mas, o pobre menino, apesar de sua boa vontade, é tão lento e ainda
tão inábil, que só pode ganhar 25 centavos por dia. É pouco demais para
viver aqui, você sabe; se abrigar, se alimentar, lavar a roupa, se vestir
exigem, mesmo para o pobre menino, mais do que isso. O coitado jovem sofre
muito, portanto, nestes primeiros tempos. Temos ajudado um pouco e
continuaremos ajudando-o, mas nossos recursos são módicos, você sabe. Seria
portanto bem essencial que você pudesse obter ao seu redor, dos que se interessam
por ele, alguns pequenos recursos que lhe permitiriam aguardar o momento, aliás
bastante próximo, (3 ou 4 meses talvez), quando ele puder prover inteiramente a
suas necessidades. Parece bom e piedoso, seu patrão está contente com ele;
seria verdadeiramente uma boa obra, a de ajudá-lo a ultrapassar esta passagem
ruim.
Um bom jovem chamado Mélion, que pertence à conferência S. Sulpice, acaba de
chegar em Chartres, onde deve dirigir em breve uma farmácia. Gostaria de
recomendá-lo a você, mas não tenho à vista o nome do farmacêutico que ele vai
substituir. Esse bom jovem é cristão, nem precisa dizer, e ama os pobres.
Prosseguiria com prazer na Sociedade de São Vicente de Paulo de Chartres;
peço-lhe para colocá-lo em contato com nossos amigos e também para cuidar um
pouco dele espiritualmente.
Embora seja bom praticante, não sei com toda a certeza se as preocupações de
uma situação bastante penosa não lhe teriam, nestes últimos tempos, feito
descuidar um pouco seus deveres essenciais. Um tal cuidado vai bem com seu
zelo, caro amigo: uma pobre e querida alma a encorajar, a aquecer um pouco, aí
está sua obra de todos os dias; escrevendo-me, não deixe de me falar um pouco
disso; faça também da melhor forma para o jovem alfaiate, enfim, reze um pouco
por seu afeiçoado irmão em N.S.
Le Prevost
P.S. Dona Delatre vai mais ou menos bem. O nome
desse farmacêutico é Gilbert Barrière; você teria, caro amigo, a bondade de
escrever uma palavra ao Sr. Mélion para avisá-lo que o receberia de bom gosto,
se isso não o incomodar demais.