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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 120 - ao Sr. Myionnet
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120 - ao Sr. Myionnet127

(Endereçada diretamente ao Sr. Myionnet)

Apelo para que venha auxiliar as obras da Sociedade de São Vicente de Paulo em Paris.

 

Paris, 10 de janeiro de 1845

 

            Meu caro confrade,

 

            Nossos encontros foram tão rápidos quando de sua curta passagem por aqui que não pude captar, no seu conjunto, os pormenores que você me comunicou sobre suas obras de Angers. Só guardei, em particular, uma lembrança confusa das tentativas infrutuosas, creio, que você tinha feito na casa de Mille-Pieds128, e dos projetos que nossos amigos teriam para utilizar esta aquisição. Lamento isso tanto mais que nossa Sociedade cuida em Paris  particularmente das crianças e aprendizes e que, talvez, nossos esforços unidos aos seus poderiam trazer algum resultado útil. A colônia de Mettray, a de São Firmino129, que começa também a prosperar grandemente, são exemplos bem marcantes do bem que se pode fazer com recursos menores talvez do que aqueles de que podemos dispor. Por que, meu caro confrade, uma santa emulação não se apoderaria de nós também? E por que, com a ajuda do Senhor, tentativas mais amadurecidas e melhor preparadas não teriam um feliz êxito? Mas para um tal desígnio nossas conferências isoladas são fracas demais; muitas delas, senão todas, deveriam unir-se e combinar entre si para prevenir novas decepções e assegurar o bem moral que quereriam realizar. Neste caso, o que você e os seus amigos, caro confrade, poderiam fazer? Que cooperação, que simpatia poderíamos esperar do seu lado? Quais os meios que vocês teriam, se as coisas tendessem a se ampliar e a afastar-se de Paris, para ajudar mais tarde a criar um estabelecimento? Essas perguntas, sinto bem, são graves e não podem ser resolvidas com precisão por cartas. Por isso, caro confrade, eu não acharia presumir demais do seu zelo pedindo-lhe, se seus negócios estão agora menos urgentes, como você o tinha esperado, de conceder-nos um encontro que, por breve que pudesse ser, esclareceria as coisas mais do que um montão de cartas! Deixei entrever ao nosso Presidente geral que nossos amigos de Angers, e você em particular, estariam dispostos a ajudar-nos ativamente; demonstrou por isso uma viva satisfação e não duvida de que um acordo tão desejável não fosse para nossas conferências o início de uma era nova na carreira de nossas obras.

 

            Examine este assunto com amadurecimento, caro confrade, veja o que sua posição lhe permite fazer e, se ceder aos nossos votos, faça com que sua chegada não tarde muito; nossos amigos desejariam construir um acordo definitivamente antes do fim de janeiro.

 

            Aguardo sua resposta para  comunicá-la a eles.

 

 

            Seu bem afetuosamente em N.S.

                                               Le Prevost

 

P.S. --- Como é que ficou seu projeto de viagem à Itália? Tornaríamos a falar nisso aqui se fosse o caso.

 

 





127 Endereçada diretamente ao Sr. Myionnet, negociante, rua Beaurepaire, Angers, Maine-et-Loire. O Sr. Myionnet tinha sugerido ao Sr. LP. escrever-lhe uma carta que pudesse comunicar à sua família e que serviria de pretexto a uma viagem a Paris.



128 Domínio que se encontrava na estrada de Saumur, perto de Angers. Vasta propriedade comprada, em parte, com o dinheiro do Sr. Myionnet, era destinada a acolher uma comunidade de jovens vindos de Orléans para se dedicar às obras de caridade em Angers. A tentativa não foi concludente. O próprio Dom Angebault tinha dissuadido o Sr. Myionnet de entrar nesse grupo. O Sr. Myionnet tinha também ajudado um lar, na rua Courte, em Angers, onde estavam alojados alguns operários, mas que teve de ser fechado, em prejuízo do Sr. Myionnet e dos confrades. “É esse lar, que me deu tanta pena e ocasionou tantos desgostos, que foi verdadeiramente a causa determinante de minha vocação.” Confidência do Sr. Myionnet, in Vie de C. Myionnet, por C. Maignen, p.68-69.



129 Entre 1825 e 1860, se pensou em remediar os males do pauperismo criando colônias agrícolas. O célebre economista Villeneuve-Bargemont, precursor do catolicismo social, as encorajou muito. Não tiveram a eficácia social que se acreditava. Desapareceram após 1860. Havia as colônias agrícolas “de educação correcional”, para os jovens detentos, das quais a mais conhecida era a de Mettray, perto de Tours. Outras colônias reuniam, como em um orfanato, crianças pobres ou abandonadas: a do Mesnil-Sr-Firmin, na Oise, era dessa categoria, Armand de Melun cuidou dela ativamente durante muitos anos.





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