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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 123.1 a Dom Angebault
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123.1 a Dom Angebault

Desenvolvimento da Comunidade. O Sr. Maignen tem o desejo de entrar nela. O Sr. Myionnet suporta sozinho o peso das obras. Solidez de sua vocação. O Sr. Le Prevost quer dissipar a dúvida sobre o consentimento dado por sua mulher. Ele se abandona a Deus, mas vive esse tempo dos começos como uma dolorosa provação.

 

Paris, 8 de julho de 1845

 

            Monsenhor,

 

            O Sr. Padre Choyer134 nos tendo, há bastante tempo já, anunciado seu próximo retorno a Angers, tínhamos adiado até agora o envio de nossas respostas às cartas que Sua Grandeza se dignou  nos escrever, na mesma data, ao Sr. Myionnet e a mim; mas os adiamentos se prolongando além de nossa espera, não queremos deixar mais tempo interrompida uma correspondência tão amena e tão preciosa para nós.

 

            Gostaria, Monsenhor, de dar-lhe aqui algumas notícias bem decisivas sobre a constituição de nossa cara obra, sobre seus desenvolvimentos e seu futuro, mas apraz até agora ao Divino Senhor deixar seus desígnios na sombra e exercer-nos na espera e na paciência. Um excelente jovem cuja piedade, bom espírito, caráter agradam muito ao bom irmão Myionnet e a mim se apresenta para o noviciado, mas ele ainda não está absolutamente livre e alguns laços de família o retêm ainda para um pouco de tempo. O Sr. Padre Beaussier, que o dirige e tem para com ele um terno interesse, julgará sua vocação e indicará o momento oportuno de lhe responder, se é o caso.

 

            Quanto a mim, Monsenhor, ainda nada de bem definido também; obtive por escrito um sim que Sua Grandeza julgava, com o Sr. Beaussier, de primeira necessidade, mas não me pareceu certo que esse consentimento foi dado sem descontentamento; aguardo que os fatos venham tirar toda espécie de dúvida a esse respeito; as previsões são favoráveis e as determinações o serão igualmente segundo toda aparência. Recomendo-me portanto de novo, Monsenhor, às suas orações a fim de que Deus se digne manifestar-me sua santa Vontade.

 

            Quanto ao excelente Myionnet, primeira pedra posta por Monsenhor em nosso edifício, permanece até aqui firme e sólido sobre seu alicerce. Ele ora, medita, estuda e trabalha alternativamente, em proporções felizes, parece-me, para cada exercício; queixa-se somente um pouco de que a obra cuja carga lhe é imposta não seja, desde agora, assumida por um ou dois irmãos que aliviariam seu fardo. Um bom número de membros da Sociedade de São Vicente de Paulo prestam-lhe, é verdade, uma ajuda cheia de zelo e de benevolência, mas eles não podem ser bastante exatos e bastante assíduos nos seus ofícios respectivos, para que o bom irmão não guarde alguma solicitude. Isso atrapalha, diz ele, seu recolhimento, no estudo e na oração, embora consagre a ambos o tempo que sua sabedoria havia marcado. Espero que este inconveniente seja só passageiro e que logo, de uma ou outra forma, a ajuda de que ele sente necessidade lhe será dada.

 

             Evitamos, aliás, Monsenhor, considerar nos começos felizes do patronato um objetivoatingido; não poderíamos parar por ali e ver nisso o término de nossos esforços. Esta obra, como todos os demais trabalhos que poderiam nos suceder, não passará, espero, de um meio para realizar o pensamento bem mais alto e sério que enche nossos corações; mas experimentamos todos os dias que, em semelhante caminho, o Deus cioso deixa pouca ação própria aos que ele se digna de introduzir nele: andamos, passo a passo, como ele nos conduz, sem que dependa de nós irmos mais depressa e dominar a situação. Procurando bem, examinando escrupulosamente o passado, não achamos nada omitido, nada descuidado voluntariamente, nada que tenhamos que lamentar como escapado por nossa culpa e por falta de vigilância; talvez o Senhor queira nos mostrar até aqui nossa fraqueza e nossa incapacidade, e aguarda, após ter recebido a confissão dessa pobreza, para conceder-nos sua força e agir conosco.

 

            Monsenhor, que há muito tempo Deus tornou poderoso em obras, que Ele colocou entre seus pontífices e os eleitos do santuário, dando-lhe graça e missão para aconselhar, exortar e amparar, digne-se continuar nos aconselhando, nos encorajar por sua caridade e nos conceder sobretudo suas orações. Com um tal apoio, não iremos esmorecer, continuaremos na santa confiança dos apóstolos no Cenáculo e, em qualquer hora que o Espírito desça, nossas almas estarão abertas para recebê-lo.

 

            Tenha a bondade de aceitar, Monsenhor, a homenagem do respeito e da profunda gratidão com os quais sou

            Seu muito humilde e muito obediente servo e filho em N.S.

 

                                               Le Prevost

 





134 Diretor das oficinas São José, em  Angers, (das quais a mais importante fabricava objetos para o culto), fornecerá em 1855 a estátua da Virgem destinada ao santuário de Nossa Senhora da Salete. Grande amigo do Instituto, terá o desejo de ligar-lhe sua obra, mas o projeto não se concluirá. Participará no Congresso das Obras que se realizará em Angers, em agosto de 1858.





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