O Sr. Le Prevost
obteve o consentimento formal de sua mulher. “Sem nada precipitar”, prepara-se
a atingir o objetivo almejado: dar-se a Deus e às obras de caridade.
Paris, 17 de setembro de 1845
Monsenhor,
Os assuntos de nossa pobre e pequena obra, tão lentos até aqui em seus
progressos, acabam, achamos, de dar um passo. Obtive o consentimento formal que
eu desejava e posso agora com segurança de coração preparar minha renúncia ao
mundo, para partilhar os exercícios e os trabalhos do excelente Sr. Myionnet. O
Sr. Padre Beaussier de quem sigo exatamente os conselhos, deseja que minha
entrada na obra se processe suavemente e sem nada precipitar. Vou, portanto,
providenciar com deferência os meios de regularizar minha aposentadoria e,
conseguido isso, me aproximarei pouco a pouco de meu objetivo definitivo.
Permita-me, Monsenhor, solicitar ainda o precioso concurso de suas orações, de
que necessito mais do que nunca neste momento; parece-me atingir o sacrifício
que ansiei há tantos anos e espero na graça de Deus para consumá-lo com
alegria. Todavia, uma tão grande mudança de vida não se faz sem emoção e
tremor: há sempre laços a romper, teme-se atritos; há novos engajamentos a
assumir, grandes deveres a abraçar; tem-se medo de sua fraqueza e de sua
insuficiência. Digne-se o divino Senhor, a quem Monsenhor vai orar por um de
seus filhos, de me conceder sua luz, sua força e seu amor.
Queira aceitar, Monsenhor, a nova expressão do profundo respeito e da terna
gratidão com os quais sou
Seu muito humilde e muito obediente servo em N.S.
Le Prevost
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