O Sr. Le Prevost está
pronto a renunciar ao seu projeto de separação, se sua mulher lho pede.
[1845]
Dona Rullier me diz, querida amiga, que, visitando-a, encontrou-a muito triste
e que você parecia considerar a decisão que tomamos, como prejudicial para você
e para mim. Só me determinei a isso, acreditando-me inteiramente inútil para
você e na convicção de que separar nossas residências não seria, na verdade,
quase nada mudar em nossos relacionamentos.
Uma experiência de quase doze anos nos provou, parece-me, que a diferença
absoluta de nossos sentimentos, de nossas vistas e de nossos hábitos não podia
nos prometer essa intimidade suave e constante, esse entendimento dos corações,
o único a tornar a vida comum possível e desejável. Pensei, portanto que, sem
quebrar, sem detrimento para um nem para outro, poderíamos viver separadamente
e que assim até recolocaríamos nossa existência nas simples relações de estima,
de confiança e de afeição que faziam primitivamente nosso único laço e das
quais, talvez, nunca deveríamos ter saído.
Todavia, como posso estar enganado e que não sou o único juiz nesta causa que
nos é comum, abandono-lhe absolutamente a decisão. Se a vida de benevolência e
de tolerância recíproca que levávamos lhe parece preferível a seu estado atual,
ainda estou disposto, quaisquer que sejam as razões que tenho de me aposentar,
a renunciar a esse projeto e a me conformar em todo ponto a seus votos.
L.P.
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