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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 149 - ao Sr. Maignen
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149 - ao Sr. Maignen

O que representa para o Sr. Le Prevost uma verdadeira amizade fraterna. Que o Sr. Maignenpegue sua vontade com as duas mãos” e prova de simplicidade e de confiança.

 

Duclair, 23 de agosto de 1846

     Escrevo hoje pela primeira vez desde minha chegada aqui. Estive sempre adoentado; chovia, o céu estava cinzento e meu espírito também. Eis o sol hoje, por isso faço esta pequena carta para você, com o propósito de fazer-lhe uma maior, quando estiver um pouco melhor. Enquanto isso, escreva-me bem depressa, pois preciso receber uma carta sua; parece-me também que você precisa me escrever. Observe bem e você verá, caro amigo, que não me engano; há no seu coração toda sorte de cantos e recantos, onde permaneço ainda: você não saberia penetrar ali sem me encontrar em todos os lados. Pegue sua vontade com as duas mãos, caro amigo, supere as dificuldades inevitáveis em toda afeição e depois de um pouco de tempo, apoiando-se num amigo terno e fiel, você se congratulará pelos seus esforços e gozará da sólida afeição que terá dignamente adquirido para si. Falo assim, caro amigo, porque apesar de sua doce bondade por mim, eu sentia ainda um pouco de luta e de constrangimento em seus relacionamentos comigo. Apague essas últimas impressões, volte a ser simples, confiante, abandonado; você estará em paz consigo mesmo, somente com esta condição. Não há meia-afeição possível entre nós; desde o início a concebemos como ambos a podemos entender: inteira, absoluta, sem reserva; haverá sofrimento para ambos, enquanto  não estiver nesta feliz plenitude. Tal como a quereria, caro amigo,  seria, parece-me, um louvor a Deus, uma edificação recíproca, um apoio, uma consolação, um encorajamento, uma doce paz para o coração, um estimulante para o espírito, tudo o que há de melhor neste mundo, em uma palavra, depois do amor de Deus, o amor de um irmão e de um verdadeiro amigo. Não vale a pena se esforçar um pouco para isso, caro filho? Para obtê-lo, não se pode passar alguns dias maus e suportar sem recriminar alguns leves aborrecimentos? Eu também, às vezes, curvando-me sob a pena e a aflição que me aconteciam através de você, perdia coragem e desesperava  quanto ao futuro, mas esses momentos eram breves; levantava-me e retomava confiança; e ainda agora acho-me novamente de , firme, dedicado, amoroso, contando com você e entregando-me também a você.

 

            Todos os livros que abro, a Imitação em particular, aconselham-me sempre a renunciar a toda criatura para ser ocupado só com Deus. Não sei se me iludo, mas tenho sempre a persuasão de que Deus entra bastante numa afeição, tal como a desejo entre nós, para ele não ficar com ciúme dela e não excluí-la dos corações que Ele quer reservar para si. Possa Ele ser sempre o terceiro entre nós, caro filho, iluminar-nos, conduzir-nos e, um pelo outro, apegar-nos inteiramente a Ele.

            Adeus, meu querido filho. Repito para você, escreva-me depressa. Procure levar a termo o negócio do desenho. O Sr. Belliard quer começar no dia de setembro e promete consagrar-lhe 8 dias cheios, sem interrupção. O Sr. Lafon consente e só pede para se entender com o Sr. Belliard; trata-se de aproximá-los. Adeus, amigo, abraço-o bem ternamente.

 

                                               Le Prevost

 




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