Custou ao Sr. Le Prevost tê-lo deixado partir para Chartres, mas era
necessário. Essa estada forçada deve permitir ao Sr. Maignen estudar seu
projeto de vocação.
Duclair, 4
de setembro de 1846
Caríssimo amigo,
Remeto a você uma cartinha que sua família, suponho, acreditando que você
estava comigo, pensou em lhe endereçar para cá. Chegou esta manhã a meus
cuidados; apresso-me em fazê-la chegar a você. Se você tiver que responder e
desejar esconder por alguns dias seu lugar de retiro, pode, parece-me, mandar
suas cartas ao Sr. Myionnet, que as fará chegar a seu endereço.
Não foi sem um grande aperto de coração que me separei de você tão depressa
ontem, caro amigo; sentia tanto a necessidade de estar um pouco com você, num
momento em que minha afeição lhe era tão necessária. Teria sido para mim tão
doce também desfrutar um pouco, em sua companhia, o descanso de nossos lindos
campos, mostrar-lhe suas ruínas e tudo o que a região oferece de interessante.
Mas uma outra decisão parecia mais razoável em nossa situação, e foi preciso
deter-se nela; espero que o bom Deus se agrade deste sacrifício. Pode-se
prever, caro filho, que, para qualquer direção que nos voltemos, ele não será o
último, mas nossa dedicação à causa do Senhor irá aumentando na proporção do
zelo e da caridade que tivermos mostrado.
Aproveite os poucos dias de calma que lhe serão dados para refletir, diante de
Deus e em união com Maria, sobre a decisão que você deve tomar, e tenha a
certeza, caro filho, que, qualquer que seja ela, saberemos compreender-lhe os
motivos e dar nossa simpatia aos sentimentos de seu coração. Vou escrever-lhe
de novo, assim que tiver alguma resposta de Paris; escreva-me depressa você
mesmo; estou numa viva impaciência de ter notícias suas.
Entendi seu desejo quando, dando-me da carruagem um último adeus, você olhou
para mim juntando suas mãos. Rezarei por você mais do que de costume; reze
também por nós, o irmão e eu, necessitamos muito disso.
Abraço-o ternamente em N.S. e sou, caro amigo,
Seu irmão e amigo
Le Prevost
|