Reação da família
Maignen, após a saída brutal do jovem Maurice. O Sr. Le Prevost o convida a se
confiar a N. D. de Chartres.
Duclair,
6 de setembro de 1846 – Domingo
Para não engrossar desmedidamente este pacote, já muito volumoso, que lhe era
endereçado a Duclair, meu muito querido amigo, limito-me a inserir esta
palavrinha. Recebi do irmão Myionnet uma carta que se cruzou com a minha e que,
conseqüentemente, não lhe dá uma resposta direta. Ele me diz que seu irmão e a
Senhora sua mãe vieram perguntar-lhe onde você estava e quais eram seus planos.
Ele respondeu que o acreditava junto a mim; que nossa intenção era viver em
comum, para nos consagrarmos às obras de Deus, mas sem nada mudar, quanto ao
presente, em nossos costumes exteriores. Seu irmão pareceu bastante satisfeito
com essa explicação, mas a Senhora sua mãe não se mostrou tão fácil a
apaziguar; disse que não o perdoaria por não ter tido confiança nela e ter
saído sem tê-la prevenido. Quanto ao que lhe diz respeito diretamente, o Sr.
Myionnet, acreditando-o comigo, convida-me a examinar em harmonia com você suas
disposições interiores e a solidez de sua resolução.
Temos entrado, caro amigo, nesse pensamento, você e eu, tomando um meio que lhe
assegure toda facilidade para refletir diante de Deus com calma e atenção, e
para tomar, após essa deliberação amadurecida, a resolução que lhe parecer
definitivamente a melhor e a mais sábia.
Aguardo bem impacientemente notícias suas, tenho necessidade de saber como você
se encontra e em que estado fica seu espírito. Acredite-me, caro amigo, quase
constantemente perto de você pelo coração e pelo pensamento, e não se enganará.
Ofereça, caro filho, as minhas orações com as suas a Nossa Senhora de Chartres;
aí está, como em outros lugares, um piedoso santuário caro à Mãe de Deus, um
lugar onde ela se compraz, onde ela conversa de bom grado com seus filhos e de
bom grado também atende a seus votos. Confie-lhe bem simplesmente seu coração,
confessando sua incapacidade de querer e de se guiar sozinho. Ela o pegará,
caro filho, e o levará entre seus braços ao lugar onde Deus o quer. Mil coisas
ternas da minha parte ao Sr. Levassor e a seu jovem irmão e todo o meu coração
para você em N.S.
Le Prevost
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