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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 160 - ao Sr. Maignen
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160 - ao Sr. Maignen

O Sr. Le Prevost procura tranqüilizar o Sr. Maignen: se ele estiver bem decidido a se doar, será recebido na comunidade. O Sr. Le Prevost resolve algumas disposições práticas relativas à família Maignen. Projeto de retiro com o irmão Myionnet.

 

Duclair, 7 de setembro de 1846

 

            Caríssimo amigo,

 

            Respondo sem tardar à sua carta datada de Dreux, que acaba de me ser entregue. Recebi outra hoje mesmo do Sr. Myionnet, que me anuncia que o Sr. padre Levassor, nosso amigo, passou por Paris indo para o Sul: assim, você não o terá encontrado em Chartres. Espero ao menos que você terá encontrado o jovem irmão que o assiste na sua obra do patronato das crianças e que isso lhe terá sido uma consolação. Creio, caro amigo, que nesse estado de coisas, o que há de melhor para fazer é esperar alguns dias em Chartres até que o Sr. Myionnet e eu tenhamos podido nos entender sobre a decisão a tomar. Escrevi-lhe hoje a esse respeito, não posso demorar a receber sua resposta. Quanto à questão principal, o Sr. Beaussier e ele desejam, como eu, que você reflita, enquanto ainda é tempo, sobre as conseqüências de sua determinação, mas eles pensam também que se, definitivamente, se oferecevocê deverá ser recebido por seus amigos.

            Remeti-lhe, endereçadas ao Sr. Levassor, duas cartas destinadas a você, que tinham sido enviadas à casa de minha irmã em Duclair, e juntei a cada uma delas uma palavrinha minha. A primeira remessa tinha sido posta por mim numa carta ao Sr. Levassor, carta insignificante e de pura transmissão. Precisaria solicitá-la na casa dele, abri-la e pegar dentro o que é para você. O jovem irmão não se recusaria, se precisar, a abrir a carta após essa explicação. Você verá, numa palavrinha minha anexada ao segundo pacote (que está com seu endereço na casa do Sr. Levassor), que sua família, preparada há muito para o que aconteceu, acolheu as coisas com bastante tranqüilidade. A Senhora sua mãe e seu irmão, como lhe disse, foram ver o Sr. Myionnet, cujas explicações pareceram quase satisfazê-los, ao menos quanto a seu irmão; a Senhora sua mãe o acusava somente de ter saído sem preveni-la  e de lhe ter faltado  confiança nela. Não veria inconveniente nenhum, caro amigo, que, conforme o voto de seu coração, você lhes escrevesse, como bem entender; penso somente que poderia ser conveniente mandar sua carta ao Sr. Myionnet, para que a fizesse chegar. Vendo-o mudar sucessivamente de lugares sem razões aparentes, os seus achariam aparências de mistério nessas idas e voltas e se inquietariam sem motivo. Veja, todavia, tudo parecendo bastante tranqüilo, como o deixa entrever o Sr. Myionnet, se você não deve desconfiar das efusões excessivas de uma correspondência por demais terna; acho que você deve limitar-se ao que exigir o bem dos seus.

 

            Examine, caro amigo, se você tem bastante dinheiro para aguardar que o Sr. Myionnet lhe tenha mandado algum. Neste caso, escreva-lhe para lhe fazer chegar a importância de que acha ter necessidade para esperar alguns dias em Chartres. De outro jeito, se você estivesse totalmente desprevenido e o jovem assistente do Sr. Levassor não pudesse adiantar-lhe o que lhe seria necessário, você poderia ver o irmão do Sr. padre Levassor, que mora no campo, bem perto de Chartres. Conheço-o  particularmente e, durante o tempo de sua estada em Rouen, muitas vezes recorri à sua bondade; seria um prazer para ele, tenho certeza, após a apresentação desta carta, remeter-lhe 25f que lhe devolveríamos poucos dias depois, e que lhe seriam suficientes, acho, para aguardar a remessa do Sr. Myionnet.

 

            Suponho que você poderá ir, dentro em breve, com esse bom irmão, fazer um pequeno retiro e descansar um pouco. Estes dias, ele ainda não tinha escolhido o lugar para onde devia ir e esperava minha volta para tomar a decisão; não prolongarei minha estada aqui além da presente semana, partirei até mais cedo, se a resposta que aguardo do Sr. Myionnet corresponder, a esse respeito, a meu modo de ver.

 

            Não acrescento nada a esta carta, senão, caro amigo, o novo protesto das ternas preocupações de meu coração e de meu espírito a seu respeito. Rezo a Deus tanto quanto posso por você; amanhã sobretudo, colocá-lo-ei bem intimamente no coração de Maria; suplique-a também por aqueles que lhe são tão sinceramente apegados.

 

            Escreva-me pela volta do correio, para me dizer se recebeu esta carta assim como as duas primeiras, como você se encontra e se você espera achar em Chartres, como em Rouen, algumas doces consolações. Há em Chartres uma Sociedade de São Vicente de Paulo. O padre Levassor me falou muitas vezes de um santo padre, pároco da catedral, o Sr. padre Lecomte; você poderia vê-lo, ele sabia outrora meu nome, o Sr. Levassor lhe falava de mim. Mas ele o terá esquecido.

 

            Seu irmão e amigo em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

 




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