Agradecimentos pela
hospitalidade dada ao jovem Maignen. Incerteza a respeito do futuro alojamento
da pequena Comunidade que está na “mão de Deus”.
Paris, 8 de outubro de 1846
Meu caríssimo irmão,
Como agradecer-lhe bastante pelo amável acolhimento que nosso jovem irmão
recebeu em sua casa? Se você tivesse estado presente, nada melhor; como sei até
que ponto você é dedicado a seus amigos e a seu indigno irmão em particular,
não teria achado nada que não fosse de se esperar em sua generosa
hospitalidade. Mas, que em sua ausência o excelente Sr. Mayer tenha podido
presumir bastante de sua bondade para receber nosso amigo, tratá-lo como a um
irmão e fazer-se seu substituto junto a ele, aí está o que me encanta, caro amigo,
e aumenta, se é possível, minha terna afeição por você. Uma tal confiança, com
efeito, mostra tudo o que há em você de verdadeira caridade, e como os que o
rodeiam sabem apreciá-la. Nosso jovem irmão Maignen, de quem o Sr. Mayer lhe
terá dito, acho, um pouco de bem, está muito comovido, pelos testemunhos de
benevolência que recebeu em sua casa e também da parte de sua família; ele
mesmo quer exprimir sua sincera gratidão.
As dificuldades que encontrava a vocação de nosso amigo se aplainaram; sua
família, vendo sua firme determinação, acabou aceitando o fato consumado. Ele
já se encontra em pleno exercício de suas funções na obra do Patronato, onde
ajuda o excelente Sr. Myionnet. Espero que o bom Deus, a quem você rezará por
nós, tenho certeza, abençoará nossa pequena família nascente e manterá entre
nós a união e a santa caridade.
Teremos grande alegria, caro irmão, quando você vier aqui, por vê-lo no meio de
nós e tentaremos, à nossa vez, acolhê-lo tão bem quanto pudermos. Até agora,
estamos acampados e não instalados na casa onde nos encontramos: devemos
ficar apenas mais dois meses e não ousamos nada mudar nela. Na hora
atual, ainda ignoramos para onde iremos. O patronato não tem local em
vista; teremos um asilo perto da sede da obra, ou nos manteremos separados
dela? Não sabemos absolutamente nada, essa incerteza é singular, mas
convém bem às obras que estão na mão de Deus.
Adeus, caríssimo irmão, recomendo nossa pequena Comunidade às suas boas e
fervorosas orações, pedindo-lhe, a título de velho amigo, uma lembrança
particular por
Seu irmão devotado em N.S.
Le Prevost
16, rua do Regard
Mil afeições devotadas ao bom Sr. Mayer.
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