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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 176 - ao Sr. Levassor
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176 - ao Sr. Levassor

O jovem Mayer, que ajuda o Sr. Levassor, passou pela Comunidade; sua conduta pouco gentil para com ela. O Sr. Le Prevost obteve a casa de Grenelle, em vista de oferecer à sua comunidade um porto de paz e de recolhimento. Verifica-se impossível para o jovem aprendiz Dujouquoy libertar-se no domingo.

 

Paris, 11 de junho de 1847

            Caríssimo irmão,

            Não pude responder à sua boa e afetuosa carta por meio do Sr. Mayer, que vimos só um minutinho. Escrevo-lhe, então, pela via comum e habitual.

            Estivemos muito surpresos, todos os três, pelo brusco desaparecimento do Sr. Mayer, e, ainda nesta hora, estamos a nos perguntar como pudemos atrair sobre nós um tal procedimento. O temos acolhido cordialmente e com uma sincera benevolência, embora lamentando a resolução que ele parecia tomar de deixar as obras de caridade. Temos cuidado com uma atenção real de seus interesses e nos temos oferecido para a busca dos empregos que poderiam  convir-lhe. Eu mesmo lhe falei com um interesse verdadeiro e que era fácil sentir. Como, então, pôde ele agir conosco de um jeito tão pouco gentil? Foi numa terça-feira que o vimos; depois do almoço, subi um instante a meu quarto para preparar minha conferência de São Sulpício que se realiza, você sabe, nesse dia. Durante esse momento, o Sr. Mayer sumiu sem ver-me, sem me deixar o tempo de saber dele onde havia descido e se ele não podia tomar asilo em nossa casa; não tornamos a vê-lo; retornou para junto de você? Ficou por aqui? Nós o ignoramos.

            Caro amigo, não conservamos mágoa nenhuma contra esse jovem, mas não podemos deixar de dizer que sua conduta para conosco se pode dificilmente explicar. Por ele, em quem tínhamos acreditado reconhecer boas qualidades e que, aliás, se tinha mostrado bondoso para com o nosso jovem irmão Maignen, por você, sobretudo, caro amigo, que nos é tão próximo, tínhamos interesse em tratá-lo fraternalmente e asseguro que isso estava em nossa intenção, na dos três. Não deixe, caro amigo, de me escrever algumas palavras para nos explicar o procedimento do Sr. Mayer e nos assegurar, por outro lado, que nada de desagradável lhe aconteceu. Quaisquer que sejam seus motivos, nós o desculpamos de antemão e conservamos, para com ele, uma plena e verdadeira caridade.

            Você não ficará sabendo sem interesse, caro irmão, que, para dar à nossa pequena Comunidade uma existência mais livre e também um local onde possa estabelecer-se mais comodamente do que na Casa do Regard, tomamos para nós, em Grenelle, uma pequena casa inteira, em que estamos agora instalados159. Teremos, assim, um alojamento onde poderemos nos sentir em casa e nos recolher um pouco. A distância de nossa Casa até a rua do Regard é somente de uns 30 minutos. Podemos, então, vir às nossas obras todos os dias sem dificuldades. Alternativamente somente, ficamos na residência para nos recolhermos um pouco e nos afastarmos da atividade excessiva de nossos trabalhos.

            Um jovem irmão se apresenta para se juntar a nós. Parece bom e com felizes disposições, mas ainda não tem 20 anos. Sua família lhe opõe algumas dificuldades; não sei se ele poderá superá-las.

            Não cuidei de modo contínuo de achar-lhe um ajudante para suas obras, ignorando se o Sr. Mayer retornou ou não junto a você e se deve ou não ficar; estarei atento, no entanto, no caso em que você tiver de substitui-lo.

            O jovem Dujouquoy veio me ver domingo pela primeira vez e me prometeu visitar-me de vez em quando. Infelizmente, ele está retido todo o dia de domingo, fora  alguns instantes à noite e um momento demasiado breve de manhã; é uma deplorável condição de seu estado.

            Adeus, caro amigo, escreva-me logo, preciso ficar assegurado de que, no meio dos mal-entendidos que podem ocorrer entre nós, você conserva em nossa velha amizade e conta com meu terno devotamento, como eu mesmo estou certo do seu.

            Seu irmão afeiçoado em N.S.

                                               Le Prevost

            Os irmãos Myionnet e Maignen o asseguram de seu respeitoso apego.

 





159 No mês de abril de 1847, uma piedosa leiga veio fazer uma oferenda ao Sr. LP. Aquela que iam chamar a “Irmã Geraycolocava à disposição dos irmãos uma casa situada em Grenelle (75, rua du Commerce, XV) em pleno bairro popular. No dia 1o de maio, tudo está resolvido, para um período de dez anos, a cargo de usá-lo “para a glória de Deus e o serviço dos pobres”.  (JPAC, 1o de maio de 1847). De fato, o Instituto deixará “o pequeno mosteiro de Grenelle” em abril de 1857.





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