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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 176.1 - ao Sr. Gossin
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176.1 - ao Sr. Gossin

Detalhes sobre a toda nova Conferência de Grenelle. A um pedido de admissão, o Sr. Le Prevost junta um pedido de fundos para ajudar a Conferência nascente.

 

Paris, 31 de julho de 1847

            Senhor Presidente,

            O Sr. Marquês de Raincourt, nosso confrade, quis bondosamente me associar às tentativas que fez para criar, no vilarejo de Grenelle, perto de Paris, uma Conferência de São Vicente de Paulo, e me deixou o cuidado, ao sair, de fazer conhecer ao Conselho geral o resultado de nossos esforços.

            A maior dificuldade a superar aqui, como em muitos outros lugares, era reunir alguns elementos para a composição da Conferência.

            Entre quatro homens, com efeito, que o Sr. Pároco de Grenelle nos havia designado, após longas buscas, como reunindo as qualidades essenciais, um recusava obstinadamente nos prestar seu concurso, dois outros pediam um adiamento de vários meses, o último, enfim, partia para uma viagem bastante longa. Contudo, não perdemos a coragem e conseguimos, à força de visitas e de insistências, congregar sete membros indígenas. Os Senhores Myionnet, Maignen e eu, que nos implantamos em Grenelle e aqui voltamos todas as noites, poderemos nos juntar a eles. Temos, além disso, conseguido o concurso dos Srs. de Verseil e Planchat, membros da Conferência de Vaugirard; enfim, vários confrades de São Sulpício têm  boa vontade também, para os começos, de nos prestar sua caridosa assistência.

            Com todos esses meios reunidos, a Conferência nascente de Grenelle contará com 20 ou 22 membros ativos, cuja lista entregarei segunda-feira que vem ao Sr. Secretário do Conselho geral.

     A Conferência já teve várias sessões e se constituiu provisoriamente nas formas que nossos usos consagraram. Todos os seus membros declararam, aliás, adotar de todo o coração o espírito e as disposições do regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo.

            A única obra de que poderemos cuidar no começo é a visita aos pobres. Vinte e cinco famílias foram adotadas e já receberam primeiros socorros em pão, carne e roupa. Aliás, o campo não faltará ao zelo dos associados; a região, que conta com 8000 almas, se compõe quase unicamente de famílias operárias, todas pobres, todas carregadas de crianças, e, infelizmente, quase todas vivendo também numa indiferença completa com as coisas da religião, num esquecimento absoluto de seus primeiros deveres. Uma meia dúzia de homens, algumas mulheres, crianças até a primeira comunhão e alguns aposentados compõem todo o rebanho do Pároco que, há 7 anos, esgota todos os esforços de seu zelo para trazer de volta ao redil ao menos algumas ovelhas; suas tentativas foram quase sem fruto. Ele parece profundamente desanimado.

            Nossa presença lhe devolveu certa esperança; acolhidos primeiro por ele com uma extrema desconfiança, conseguimos enfim nos fazer entender bem e conquistamos sua benevolência e seu apoio.

            Tudo nos deixando esperar, Senhor Presidente, que a Conferência de Grenelle se firmará definitivamente e poderá produzir algum bem nessa infeliz região, vimos solicitar sua admissão na Família de São Vicente de Paulo.

            Pedimos ao mesmo tempo as orações do Conselho geral e as suas, bem particularmente, Senhor Presidente, para que essa semente deitada numa terra tão árida seja abençoada pelo Senhor e receba o crescimento.

            Já, de nossa parte, adotamos aqui as orações da Sociedade e colocamos em união com ela nossos votos assim como nossas obras nascentes. Nossa associação, portanto, já começou de fato, só espera mais, para se realizar inteiramente, um reconhecimento oficial e a sanção de nossos primeiros atos.

            Queira aceitar, Senhor Presidente, os sentimentos respeitosos com os quais sou

            Seu muito humilde e muito devotado servo e confrade

                                               Le Prevost

                                               Presidente de São Sulpício

 

            P.S. --- Teria algum escrúpulo em pedir socorros para a Conferência de Grenelle, ao mesmo tempo em que solicito sua agregação, se o Sr. de Raincourt, adiantando-se, não tivesse já levado o requerimento ao Conselho de Paris.

            Os recursos de que poderemos dispor por enquanto são extremamente restritos e permanecerão assim até a Conferência, melhor estabelecida e mais conhecida na região, ter criado ali alguns apoios para si. O concurso momentâneo de nossos Confrades de São Sulpício nos permitiu juntar em nossa caixa uma importância de 100 e uns f., mas ela já está parcialmente absorvida por nossas despesas que excedem constantemente as receitas correntes.

            Pedimos-lhe, portanto, Senhor Presidente, colocar nosso pedido sob os olhos do Conselho de Paris e apoiá-lo com seu parecer benevolente.

                                                                       L.P.

 




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