Falecimento do Sr.
Mayer, que tinha prestado seu auxílio ao Sr. Levassor. Criação da casa de
retiro de Nazareth.
Paris,
13 de setembro de 1848
Meu caríssimo irmão,
Ao chegar (ontem à noite) da Normandia, onde tinha ido buscar alguns dias
de descanso, acho sua carta e apresso-me, como você pede, em mandar-lhe de
volta sua mala. Ela acaba de ser levada à carruagem de Chartres, rua dos Deux
Ecus. Acho que chegará logo a você. Nossos amigos não a tinham reenviado a você
durante minha ausência, pensando que o Senhor seu irmão ainda não tinha deixado
Paris e que ele próprio poderia levá-la. No momento de ser
devolvida pelo pobre Sr. Mayer, não tinham notado, sinto muito, que ele não
havia anexado a chave. Será, portanto, para você, mais um pequeno aborrecimento
que se junta a todos os demais. Você me devia, aliás, somente 13f 50. Terei, portanto, que
dar-lhe conta de 1f
50, tendo mandado nosso porteiro levar a mala sem recorrer a um carregador.
Ignorava o falecimento do coitado do Sr. Mayer. Não sei, sendo otimista, se
esse acontecimento é de se lamentar, pois ele morreu em boas e cristãs
disposições. O futuro não teria sido talvez melhor para ele que o passado, e a
exaltação de seu espírito teria sido um perigo contínuo. Bendigo a Deus que o
tratou com sua misericórdia, levando em conta os bons desejos de seu coração em
vez das inspirações de sua cabeça. Passaremos pelo Val-de-Grâce.
Fico feliz ao saber, caro amigo, que, apesar das dificuldades dos tempos, suas
obras somente passaram por sofrimentos, sem serem comprometidas quanto à
existência. O precioso apoio que lhe chega será para você um grande socorro e
lhe permitirá realizar seus bons pensamentos de caridade. Esmorecemos um pouco,
nós mesmos, mas também não morremos; tudo o que você conhece de nossos
empreendimentos subsiste e até se ampliou este ano pela criação da casa de
retiro de Nazareth, que dá asilo a 20 dos casais mais idosos da Santa Família.
O primeiro número do Bulletin
de la Société
de Saint Vincent de Paul lhe
terá dado sobre essa obra alguns detalhes que o terão talvez interessado. Ela é
fácil de se imitar; acho que isso acontecerá em breve em diversos lugares.
Nossa pequena associação fraterna, pela qual você tem a bondade de se
interessar particularmente, também cresceu um pouco. Somos 4, mais um jovem
postulante. Estamos ainda longe do tempo em que poderemos mandar-lhe alguma
colônia para enraizar-se, se der, no seu solo, mas é preciso que nos modelemos
a nós mesmos antes de querer formar os outros. O Senhor digna-se conduzir-nos
pela mão e mostrar-nos sensivelmente seu apoio; bendiga a Ele conosco, caro
irmão, e peça-lhe para que sejamos dignos de sua bondade paterna.
Receba as afeições respeitosas de meus caros irmãos e acredite-me bem unido a
você em Jesus e Maria.
Le Prevost
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