Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText
Jean-Léon Le Prevost
Cartas

IntraText CT - Texto

  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 191 - ao Sr. Maignen
Precedente - Sucessivo

Clicar aqui para desativar os links de concordâncias

191 - ao Sr. Maignen

Recordação da visita do Sr. Maignen a Duclair em 1846. Alegria e esperanças causadas pelo Primeiro Tabernáculo. Contemplar Jesus é não somente nossa parte neste mundo, mas é, certamente, “a melhor parte”.

 

Duclair, 18 de setembro de 1849

            Caríssimo filho em N.S.

 

            Não esqueci os poucos dias que você passou aqui comigo; recordo-me de sua primeira aparição. Visitei o pequeno celeiro que nos abrigou na sua chegada:  é para mim como um lugar de peregrinação onde vou, cada vez, com um sentimento suave e terno por você, confiante e agradecido pelo Senhor que nos reuniu sob esse humilde resíduo e aliespero, associou nossas almas para o tempo e para a eternidade. Tenho essa confiança, não me baseando em nós mesmos, pois, às vezes, para um, um pouco de inconsistência, para o outro, uma rigidez um pouco exagerada podem trazer alguns choques. Mas como tudo isso se derrete depressa e se perde na divina caridade do Senhor! E agora, haverá alguma vez no meio de nossa pequena família nuvem duradoura? Qual é o coração que não recuperará sua serenidade aos pés do doce Mestre, que vai hospedar-se no meio de nós? Iremos a Ele como São Ligório e diremos: “Mestre, sabemos que estais aí; dai à nossa alma aquilo de que  necessita!” Parece-me, caríssimo filho, que será para nós uma vida totalmente nova e que um maior amor se manifestará entre nós. Até agora, estávamos ainda sob a lei da natureza; a lei da graça nos regerá doravante, pois o Verbo feito carne descerá  ao meio de nossa pequena família, como veio outrora à grande família humana.

            Continue, caríssimo amigo, a tomar os cuidados necessários para que nosso oratório esteja logo organizado169. Não tardarei a chegar junto a você. Segunda-feira, estarei perto de você e o ajudarei de grande coração nesses trabalhos. Tornaremos as três peças salubres, limpas, convenientes, mas com uma extrema simplicidade, e reservaremos a maior parte dos mais ou menos cem francos de que podemos dispor para o altar, os vasos sagrados e as vestimentas sacerdotais. Como está você  para a redução da imagem de Nossa Senhora e para o quadro do Sr. de Ségur? Esse bom padre tem uma pequena composição que talvez nos conviria: o Coração de Jesus verte todas as graças no coração de Maria, e este as derrama sobre nossos pobres corações.

            O irmão Paillé chegará dois dias antes de mim, na sexta-feira à noite. Já será um pouco tarde para alguns dos cuidados relativos à reunião da Santa Família de São Sulpício. Tenha, portanto, a caridade, caro filho, de assegurar-se, precisamente, do Sr. Lamache, que o irmão Paillé me diz estar disposto a vir a nós, e de avisar minha ausência ainda desta vez ao bom Pe. Milleriot e ao Sr. Guillemin. Apresento a um e ao outro meu terno e respeitoso apego. O Sr. Paillé poderá, ao chegar, combinar a loteria com o Sr. Leharivel; prepare de antemão alguns lotes, se puder.

            Fico feliz, caro filho, com aquilo que me diz sobre suas disposições interiores. Contemplemos sem cessar o doce Jesus em seus estados diversos: é a nossa parte neste mundo, será nossa eterna alegria no outro. Oh! como temos, certamente, a melhor parte; saborear o divino Jesus, conversar com Ele, exercitar-nos em segui-Lo e em imitá-Lo, depois, tentar fazer  algumas almas partilharem uma tal felicidade. O que há de mais doce e mais lindo neste mundo? É o fim supremo do homem, é a existência no seu ponto mais alto, é o último grau da terra até ao Céu. Bendito seja o Senhor, que nos deu uma tal vocação e digne-se seu amor  ajudar-nos a corresponder! Trabalharemos para isso da melhor forma possível; vi você com alegria, desde algum tempo sobretudo, armar-se de resolução e encarar mais firmemente o fim para o qual tendemos; você prosseguirá, caro filho, e o bom Deus mesmo, que nada ama tanto como esse ardor de nossas almas, o sustentará e o inflamará  com seu amor. Rezem sempre juntos pelos ausentes; estes rezam também com muita ternura por você. Abraço-o em N.S. e sou, como sempre, seu pai e irmão.

                                                                       Le Prevost

            Recomendo-lhe, como ao irmão Myionnet, nosso pequeno irmão Tavernier; cultivemos essa querida jovem alma, para que aprenda a saborear a Deus; teremos feito uma linda obra. Nosso exemplo, antes de tudo, contribuirá muito para tanto.

            Minha irmã o assegura de suas boas lembranças.

 





169 Para a cerimônia do Primeiro Sacrário. O dia 15 de outubro de 1849 ficará para sempre gravado na memória dos irmãos. O padre Gilhert, que celebra a primeira missa no pequeno oratório preparado e decorado com cuidado, toma como tema de sua homilia um pensamento de Teresa de Ávila cuja festa cai precisamente neste dia: “Oh! se soubessem que grande evento é para o mundo um sacrário a mais na terra.”

                Pode-se reparar no Jornal da Comunidade do dia 15 de outubro: “Dia para sempre memorável para a pequena família. Por um favor tão inesperado quanto pouco merecido, Monsenhor o Arcebispo de Paris digna-se nos conceder a licença de dizer a missa em nossa pobre casa e de conservar nela o Santíssimo Sacramento. A Capela é dedicada aos Santos Corações de Jesus e de Maria.”





Precedente - Sucessivo

Índice | Palavras: Alfabética - Freqüência - Invertidas - Tamanho - Estatísticas | Ajuda | Biblioteca IntraText

Best viewed with any browser at 800x600 or 768x1024 on Tablet PC
IntraText® (V89) - Some rights reserved by EuloTech SRL - 1996-2008. Content in this page is licensed under a Creative Commons License