Retiro eclesiástico em Paris. O projeto de
engajamento de um empregado é adiado. Em nossos trabalhos, ver “o próprio
Salvador na pessoa dos pobres.”
Paris, 27
de setembro de 1849
Meu caríssimo irmão,
Estou de volta para cá somente desde anteontem. Apresso-me em escrever-lhe
estas duas palavras, para dar-lhe a informação que deseja sobre o retiro
eclesiástico. O Sr. padre Houssard, que fui visitar ontem a esse respeito
no Seminário, me disse que ele será dado pelo Pe. Chaignon, Jesuíta; mas hoje o
Sr. padre Beaussier, nosso Diretor, me diz que isso poderia ter sido mudado,
pois, asseguraram-lhe que seria um Pe. Lavalette, sobre quem não tem indicações
precisas. É tarde demais agora, para que eu volte ao Seminário antes da partida
desta carta. Fico, portanto, obrigado a me ater a essas duas versões que não
seriam, aliás, ruins, nem uma nem outra, sendo que esses bons Padres devem ter
experiência dos retiros eclesiásticos.
Quanto ao querido menino sobre quem tínhamos conversado, tenho medo de que seja
realmente jovem demais para a tarefa que queríamos impor-lhe, tanto mais que
ela se complicará ainda pela vigilância sobre nosso forno dos pobres em Grenelle. Precisaria,
para assumir esses trabalhos bastante duros, encará-los como interessando o
próprio Salvador na pessoa dos pobres, e a vocação parece ser a única que possa
dar tal visão. Creio, portanto, caro irmão, que, sem uma mudança de disposições
que não se pode esperar muito senão do tempo, nosso caro menino não poderia
colocar-se entre nós.
Agradeço-lhe de todo o coração, caríssimo amigo, os cuidados que tomou a esse
respeito e peço ao divino Senhor que o recompense por isso.
Não deixamos de estar em união com você por uma dupla razão, no dia 21 de
setembro, festa de São Mateus.
Reze sempre por seus irmãos de Paris e creia em seu sincero e respeitoso
devotamento em N.S.
Le Prevost
P.S. --- Não preciso reiterar a oferta de um pobre alojamento em nossa pequena
casa de Grenelle, se não o julgar longe demais de São Sulpício; você sabe que
somos totalmente seus.
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