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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 101 - 200 (1843 - 1850)
    • 193 - ao Sr. Pavie
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193 - ao Sr. Pavie

Falecimento de um de seus amigos, H. Nerbonne. V. Pavie tomando a direção da Conferência de Angers, o Sr. Le Prevost lhe precisa a missão que deve desempenhar. Bendizer a Deus por consagrar suas forças à caridade, antes de consagrá-las a interesses puramente humanos.

 

Paris, 2 de outubro, festa dos Santos Anjos 1849

            Caríssimo amigo,

     Na minha chegada de uma viagem que acabo de fazer para ver minha irmã que estivera doente durante algum tempo, assim como sua filha, acho a carta triste que você me endereçou. Você não podia duvidar, caro Victor, seus desejos foram logo realizados: rezei por nosso pobre amigo Nerbonne e pedi, em prol dele, as orações de todos os amigos que me cercam. É uma dívida que se é feliz ou ao menos consolado em pagar para com aqueles pelos quais não mais se saberia fazer nada. Há muitos anos já, não me tinha mais sido dada a oportunidade de manter relações com nosso caro Henry, mas as que eu tivera em outros tempos se ligavam a recordações por demais numerosas, para não ficarem profundamente gravadas em mim. Pude, portanto, apreciar, caro Victor, tudo o que você me diz de profundo e de tocante a respeito dele. Simpatizo vivamente com sua pena, e sinto em quantos motivos é fundada. Mas o último de todos, a conformidade de , a união de nossas almas em Deus, traz em si a consolação por todas as aflições com que essa separação vem golpeá-lo. Como se queixar ao Senhor, quando seu amor cumulou o mais caro dos nossos votos, quando Ele ornou, embelezou, iluminou sob nossos olhos a alma que Ele pensava chamar de volta a Si? Aqui as longas preparações não eram necessárias, ou, antes, estavam realizadas de longa data pelas decepções, desgostos deste mundo, sofrimentos do coração, langores habituais. Mais do que outro, com efeito, nosso amigo parecia exilado aqui em baixo. Nada tinha edificado com alegria nem confiança no futuro; não havia encontrado nada que o teria tranqüilizado mesmo por um tempo, não se tinha apegado a nada e só aguardava a hora da partida. Veio ela, sem tomá-lo de surpresa e sem entristecê-lo, sem dúvida. Não nos contristemos demais, portanto, nós mesmos, caro amigo; nosso amor por ele consista na lembrança e sobretudo no desejo de nossos corações, depositado no Coração paterno de Deus.

 

            Fico sabendo com uma sincera satisfação que a direção da Conferência de Angers lhe é confiada. Pertencia-lhe por direito e tenho plena confiança de que não ficará sem resultado em suas mãos. É uma bela missão, caro amigo, estimular as almas para o bem e gritar-lhes incessantemente: “Deus o quer, amemos nossos irmãos, demos-lhes consolo, socorro, levemos-lhes a luz que nós mesmos recebemos e que sempre podemos espalhar neles sem nos empobrecer nunca. Os anos que passei com semelhantes cuidados são os mais caros de minha sofrida  vida. Tenho a certeza de que, um dia, você também bendirá a Deus por ter-lhe permitido consagrar à caridade suas faculdades e potências com toda a sua força e sua maturidade, antes de consagrá-las a interesses humanos.

 

            Adeus, caríssimo amigo, lembre-se sempre de que você tem aqui mais do que amigos, verdadeiros irmãos. Ame-os, reze por eles.

 

                                               [Le Prevost]

 

            Ofereço meu afetuoso respeito à sua querida mulher. Abraço você e seus filhinhos e o excelente pai. Lembrança a Gavard por mim quando for possível.

 

 




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