Diligências que
efetuou para achar o pregador solicitado.
Paris, 6 de
novembro de 1850
Caríssimo amigo,
Cuidei com empenho da missão que você me deu, logo após minha volta de uma
pequena viagem que tive de fazer na semana passada. Os pregadores dos quais
você me dá os nomes não estão, a maioria deles, atualmente em Paris: o Sr.
Combalot está pelos lados de Lyon; o Sr. de Place, só estará aqui, acho,
para o Advento. Só restava o reverendo padre de Ravignan; ele me respondeu que
lhe seria totalmente impossível deixar sua casa e chegar a Chartres. Mas pensa
que o reverendo padre Lefebvre, que está neste momento na sua cidade e que deve
voltar para lá daqui 15 dias, precisamente na época quando deve haver seu
sermão, seria em todo aspecto o orador que lhe convém. Ninguém, com efeito, tem
maior êxito do que esse excelente Padre nos sermões de caridade. Ele fala com
muita unção e tem um talento admirável para desatar os cordões das bolsas. Aqui
se vê como uma felicidade tê-lo como orador e nenhum pregador atrai mais
constantemente a multidão. Acho, portanto, caríssimo amigo, que você faria uma
excelente coisa se obtivesse sua promessa.
Um de meus amigos fez diligências para conseguir-lhe a cooperação do Sr. Alexis
Dupont, embora haja muitas dificuldades, mas ele ainda não está de volta do
campo e não está sendo esperado antes do inverno. Como não mora muito longe,
farei com que alguém vá atrás dele até o campo, embora tenha pouca chance
de êxito.
Na falta dele, tentarei obter-lhe o auxílio de um cantor admirável da Abadia
aux Bois, que teria seguramente um grande sucesso em Chartres, mas seria
preciso, sem dúvida, dar-lhe uma retribuição e também a seu acompanhante, de
quem teria necessidade, a não ser que você tenha um bem experto em
Chartres, e enfim para os gastos de viagem e de estada. Seria, no conjunto, uma
importância bastante considerável; tenha a bondade de me dizer, antes de tudo,
caro amigo, o que custaria a viagem ida e volta, e o que você acharia ter
condições de acrescentar para os gastos e remuneração. Verei, a partir dessa
informação, se tem jeito de fazer alguma aproximação.
Obrigado, caro amigo, pela promessa que me fez de me mandar seu discurso de
distribuição. Você sabe como tudo o que vem de você me é caro e também como me
interesso por todas as suas obras.
Ainda não vi o jovem Martellier. Não preciso dizer-lhe também com que
satisfação fico sabendo que seus esforços obtiveram sucesso e que logo o divino
Mestre virá, Ele mesmo, para sua própria casa abençoar e encorajar seus
trabalhos; nós suplicaremos a Ele de todo o coração aqui, a fim de que Ele se
sirva de você para fazer-se amado e glorificado. Ficaria bem feliz por
pagar-lhe uma pequena visita, mas estou tão preso aqui. No entanto, se
você estabelecesse uma Santa Família, faria um esforço heróico para ir vê-lo.
Espero que você esteja bem consolado de não ter o jovem que eu lhe tinha
proposto para auxiliá-lo. Tinha motivos para acreditá-lo bom, pois havia sido
colocado perto de nós pelo Pe. de Ponleroy com grande recomendação. Percebi,
felizmente a tempo, que não devia pô-lo em sua casa. Tenho quase a certeza de
que ele não teria respondido à sua confiança e que não a merecia.
Adeus, caríssimo amigo e irmão; fale de novo comigo mais vezes sobre o projeto
de unir nossos trabalhos; esse pensamento me é bem doce e eu seria feliz se o
bom Mestre e sua santa Mãe favorecessem sua realização.
Abraço-o com uma terna caridade e sou, nos divinos Corações de Jesus e de
Maria,
Seu irmão e amigo
Le
Prevost
P.S. --- Três novos irmãos entram em nosso grupo; reze por eles e por nós.
Minhas lembranças bem respeitosas a seu bom Pároco. Meus irmãos o saúdam bem
cordialmente e com sincero devotamento.
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