Instruções para o bom restabelecimento
da saúde do Pe. Planchat. Encorajamento ao abandono e à confiança em Deus.
Paris, 2 de
setembro de 1851
Caríssimo filho e amigo em N.S.,
Nosso caro Sr. Maignen lhe escreve uma pequena carta que lhe envio. Ele demorou
um pouco para comunicar-se com você, por causa das muitas ocupações de que foi
encarregado durante estes últimos tempos; hoje ainda, para lhe escrever,
esquiva-se às preparações trabalhosas e um pouco atrasadas de seu Almanach de l’Apprenti.
Bendizemos mil vezes ao Senhor, caríssimo amigo, que dissipa as nuvens em que
seu espírito se sentia envolvido. Ele fará luzir de novo para sua alma a
esperança e a doce consolação. Você voltará forte, ativo, zeloso como no
passado, para o serviço do bom Mestre, para o cuidado e a edificação das
almas175; mas todas as suas potências só lhe serão devolvidas no tempo
oportuno e quando o Senhor precisar delas. Até lá, abandone-se a Ele, ande em
confiança, sem preocupação com o futuro. Se ousasse achar alguma coisinha para
repreender nas suas disposições durante esta provação, seria um pouco a falta
de abandono e de confiança; talvez, de resto, aprazia ao Senhor conservá-lo
assim para melhor quebrar e purificar este coração de que Ele queria tornar-se
o mestre absoluto.
O venerável Sr. Caduc teve a extrema caridade de vir visitar-nos, para nos
comunicar as boas notícias que recebera de você e nos dizer todas as boas
esperanças que havia concebido delas; prometeu-nos voltar e passar alguns
instantes conosco. Não tenho até agora notícias de nosso caro Sr. Gentil, mas
tudo me leva a pensar que vai bem. Tinham-lhe falado, antes de sua partida, do
posto de capelão da cadeia Mazas; rejeitou depressa a proposição, querendo
ficar na obra das crianças e dos pobres e partilhar nossos humildes trabalhos.
Creio que seria bom, caríssimo filho, que você escrevesse algumas palavrinhas a
nosso bom Pe. Beaussier, que o ama com ternura e nos fala constantemente de
você, com a mais afetuosa atenção.
O Sr. Caduc pensa conosco que você deve terminar sua estação de banhos aí onde
está. Quando terminar, você examinará para qual lado seria bom dirigir-se,
para passar mais algum tempo em descanso e distração. Acho que você só
deve pensar em voltar em outubro, quando a estação se tornar ruim no campo. É
preciso que você esteja radicalmente curado. O serviço de Deus como seu
interesse, como também nossa terna afeição, o pedem.
Adeus, caríssimo amigo e filho em N.S.. Sua família natural vai bem, a pequena
família espiritual está também em bastante bom estado; todos o reverão com
alegria: seus pobres, suas crianças e nós mesmos. Reze bem por nós, pois o
amamos e oramos também por você de todo o nosso coração.
Seu devotado Pai e amigo em J. e M.
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