Firmes recomendações
para que o Pe. Planchat cuide bem de sua saúde. Importância das obrigações da
vida religiosa. Elas sempre fortificam pelo espírito de fé e de caridade.
Exortação à confiança no amor de Deus e em sua divina misericórdia. Cena da
vida de família em Grenelle.
Paris, 4 de
setembro de 1851
Caríssimo filho em N.S.,
Você achará no estabelecimento de Sainte Marie uma primeira carta que eu lhe
havia endereçado, achando que você ainda estava lá. Ela lhe dirá o que lhe
repito aqui sem hesitação, que o convido insistentemente com o bom Sr. Caduc a
prolongar suas excursões, após ter completado sua estação de banhos. É preciso
nada negligenciar para fortalecer sua saúde antes da estação ruim; seu repouso
e também o bem que você é chamado a fazer dependem disso. Acho que a
estada em Bayeux lhe seria agradável: essa cidade é linda, muito bem situada,
e, o que é melhor, o espírito de fé ainda reina nela, sente-se ali a vida dos
antigos tempos. Disseram-me que o seminário, o colégio e todos os grandes
estabelecimentos estavam lindos.
Nosso caro Sr. Gentil está em Compiègne e prolongará
sua estada até o fim da semana que vem; devia retornar para sábado, dia 6, para
celebrar conosco a festa da Natividade; mas, como vi a possibilidade de
deixá-lo alguns dias a mais de repouso, convidei-o a voltar somente para
o dia 13 de setembro. Dia 14, nos fecharemos todos em Grenelle para fazer um
pequeno retiro de 4 dias, sob a direção do reverendo Pe. Lefebvre, que
consentiu em estabelecer perto de nós sua residência durante esse tempo de
bênção. Você se unirá a nós de coração, caríssimo amigo, e pedirá ao divino
Senhor, por sua Mãe muito amada, que Ele encha nossas almas do espírito de
nossa vocação. É sobre as obrigações da vida religiosa, com efeito, que o
retiro nos será dado. Somos cada vez mais imbuídos desta convicção de que não
se suporta as dificuldades e os trabalhos da vida que temos abraçado, sem
apoios fortes e sempre persistentes, que somente a vida religiosa pode dar; mas
a vida comum, a regra e todos os exercícios apenas são, por si mesmo, formas
que devem ser vivificadas pelo espírito de fé, de caridade, de abnegação, de
abandono e de santa confiança em Deus. É esse espírito de vida que colherão,
espero, nossas almas revigoradas pelo retiro, o recolhimento e as piedosas
exortações de nosso bom Pe. Lefebvre.
Adeus, caríssimo amigo e filho em N.S., tenha confiança, Deus o ama, você é seu
filho, Ele vela sobre você, Ele pesa a provação que lhe faz sofrer e não a
tornará pesada além de suas forças. Quando você desconfia de si mesmo, espere
na divina misericórdia, abismo tão profundo que nossas misérias nele ficam logo
engolidas. “Vós que me criastes, sede misericordioso para comigo!” Essa pequena
oração santificou Santa Thaïs; ela fará de você um grande santo, se tiver
confiança e simplicidade.
O Sr. Maignen escreveu-lhe uma pequena carta, você a encontrará em Sainte Marie. O
irmão Paillé tem, há alguns dias, um resfriamento nos rins que o curva em dois
e o faz andar com uma bengala; como ele sofre pouco e seu mal não oferece
perigo nenhum, não podemos deixar de rir um pouco de seu jeito, e o fazemos rir
conosco.
Toda a pequena família vai bem do resto; todo o mundo o ama e reza por você:
Pai, irmãos, pobres e crianças; reze também muito por todos.
Todo seu nos Corações de J. e M.
Le Prevost
Vai anexado um vale de
100f.
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