O Sr. Le Prevost faz
uma rápida exposição da estrutura financeira da obra do Patronato em Paris. Desejo de ver
em Amiens as boas vontades se juntarem no interesse das obras.
Paris, 7 de
janeiro de 1852
Senhor e caríssimo irmão em N.S.,
Respondo pela volta do correio à sua carta, para lhe dar as informações
que me pede e que deseja ter sem demora.
A Obra do Patronato está aqui nas mãos do Conselho de Paris, que regulamenta
suas despesas anualmente. É feito um orçamento para a obra, cujos artigos todos
são determinados e não se permite aos diretores empregarem as importâncias
afetadas a um artigo para despesas que pertencem a outro; as contas são
revisadas com muita regularidade.
As roupas ou incentivos não são dados senão em troca dos bons pontos; se uma
criança, não tendo essa moeda nas mãos, tem uma necessidade urgente de roupas,
recorre-se à Conferência que a apresentou ao Patronato e que raramente se
recusa a dar alguns recursos.
Via de regra, todas as crianças admitidas no Patronato devem ser apresentadas
pelas Conferências. De resto, mostram-se muito dispostas a receber todas
aquelas que lhes são recomendadas.
Parece desejável, em geral, que o diretor do Patronato não tenha de se ocupar
em criar recursos, mas que deixe este cuidado às Conferências e só reserve para
si a conduta e a direção das crianças.
Quando as famílias visitadas não mandam regularmente seus filhos ao Patronato,
são feitas representações a elas, pode-se até acrescentar a ameaça de suprimir
os socorros, mas não tenho conhecimento de que haja sido alguma vez executada
essa ameaça.
Tais são as regras seguidas em Paris para o Patronato; mas nem é preciso dizer
que cada localidade pode modificá-las em alguns pontos, segundo suas necessidades
e conveniências.
Vi hoje o Sr. de Renneville, que já tivera a ocasião de encontrar. Conversamos
longamente e nos entendemos perfeitamente. O resultado dessa conversa foi que
seria bom estabelecer em Amiens um pequeno centro, onde se juntariam alguns
homens de boa vontade, para unirem suas forças no interesse das obras, e que se
procuraria em seguida estabelecer relacionamentos tão íntimos quanto possível
entre esta instituição e a colônia do Sr. de Renneville.
Continuarei, caríssimo Confrade e irmão em N.S., a colocar você e suas obras
nos Corações de Jesus e de Maria. Tenho a confiança de que nossos votos serão
ouvidos e de que terei algum dia a consolação de trabalhar em união com você.
Seu devotado Confrade e irmão em N.S.
Le Prevost
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