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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 228 - do Sr. Lantiez ao Sr. Planchat
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228 - do Sr. Lantiez177 ao Sr. Planchat

P.S. do Sr. Le Prevost

União nos Corações de J. e de M. A família se firma.

 

22 de julho de 1852

 

            Caríssimo irmão,

 

            Não me queira mal, por ter demorado tanto em responder-lhe e por aproveitar  sua estada em Vallombreuse para agradecer-lhe as diligências que  fez para os privilégios. E para concluir primeiro esses assuntos, lhe direi que não tenho vontade de gastar meu dinheiro nem o da Comunidade para isso. No entanto, se você pudesse conseguir alguns para mim, sobretudo para a recitação do breviário,  me agradaria muito. Faça o que puder, e aconteça o que acontecer. Quanto às minhas ocupações e disposições, ei-las: há três dias atrás, eu dava aula às nossas crianças, substituindo o Sr. Bonnat, esses Senhores estando em situação difícil. E aí está a ocupação que me tinha impedido de lhe responder. Depois, as crianças são conduzidas a uma escola, o que me aliviou e aproveito para lhe responder. Estou agora raras vezes em Grenelle: no sábado e no domingo à noite somente e na segunda-feira o dia todo. Os outros dias, passo-os na rua de lArbalète. É bastante difícil dar-lhe uma idéia de minhas ocupações; ao entrar, há 7 meses, me tinha apegado quase exclusivamente a Grenelle; fora de algumas crianças que confessava numa escola da rua do Fossé Saint Jacques, não fazia nada em Paris. O Sr. Gentil tendo ido embora, foi preciso mudar meus planos. Estive, então, numa mudança contínua de regulamento. Agora, espero ser mais estável. Deus sabe se alguma boa pequena tribulação, que sua bondade paterna nos enviará, não me recolocará ainda em movimento. Enquanto isso, gozo de meu descanso, tencionando gastar meu tempo entre a Escola Comunal de Grenelle, as crianças da rua de lArbalète, o catecismo da noite em Grenelle e, em Paris,  a preparação de meu exame. Há, sem dúvida, alguns trabalhos que parecem estar chegando, mas nos quais não ouso pensar, de tanto medo que me dão.

 

            Quanto às minhas disposições interiores, fora de algumas  nuvens passageiras que ornam de modo bastante agradável o horizonte e quebram a monotonia, em meu coração está sempre a brilhar um sol lindo. A esperança de revê-lo, e a de possuir logo o Sr. Hello vêm também agradavelmente me amparar. De resto, o fervor e a amizade de nossos bons amigos em N.S. bastam para me tornar a vida mansa e tranqüila e para fazer de mim um segundo Meunier Sans-Souci. De resto, vou confessar-lhe francamente que estou longe de ser um perfeito religioso. Não sei se isso virá a acontecer, mas está acontecendo bem pouco. Nosso bom Pai, o Sr. Le Prevost, sempre diz que o principal é o coração, e que parece-lhe que o tenho. Isso me consola somente pela metade, conhecendo o provérbio: a forma muitas vezes arrasta o fundo. Venha me edificar, me ajudar, sobretudo, cure-se uma vez por todas. Peça bem ao grande São Bento que me obtenha um pouco o amor do recolhimento e do retiro: sou um pouco volúvel, leviano e disperso, para não dizer muito. Teria necessidade de um pouco de chumbo na cabeça, de um pouco mais de constância nas minhas obras. Não sei prosseguir o bem por muito tempo, quando se encontram algumas dificuldades na estrada. Assim, sua pobre negra, que está gravemente doente há algumas semanas, não me há muito tempo. Minha negligência e minha covardia me afastaram de seu catre, etc., etc. Ainda pensam em você em Grenelle; durante muito tempo me chamaram de Sr. Planchat. Ainda agora está acontecendo, ou me chamam seu irmão, etc. Enfim, se você pudesse voltar para servir ao bom Deus conosco, não seria nada ruim, se o bom Deus lhe permite isso, todavia, pois, antes de tudo, Sua vontade. A Comunidade não vai mal neste momento, houve muitas perdas, em parte reparadas para o serviço das obras pelas últimas medidas. No entanto, nosso pessoal ficou menos numeroso: pauci, sed boni, [poucos, mas bons], Deus queira que se possa dizer isso. Você está vendo que só faço  aflorar as coisas, mas a razão é que, para entrar nos pormenores, seria-me preciso rabiscar durante muito tempo, o que me incomodaria muito, 1o – porque não gosto de escrever, salvo aos meus bons amigos como você; 2o – porque tenho 30 sermões a preparar, exortações ou catecismos e que, desde que estou no ministério, ainda não pude preparar um por inteiro. Trabalho somente por fragmentos e pedaços. Deixo-o, portanto, com pesar, para preparar para os meus pequenos a comida delicada que reclama a fraqueza de seu estômago. Dei-lhes em demasia apenas pão grosso. Até logo, portanto, caro irmão em São Vicente de Paulo; sejamos unidos no amor de N.S., de sua Santa Mãe, de São José e dos Pobres. Rezemos uns pelos outros.

            Seu todo devotado e afeiçoado em N.S.

                                   L.Lantiez - padre

 

            Para não atrasar esta carta, caríssimo filho e amigo em N.S., coloco nela somente estas duas palavras para assegurá-lo de nossas ternas lembranças, de nossa união constante a você nos divinos Corações de J. e de M.. Vou lhe escrever em breve mais por extenso; vamos bem, reze sempre para que vamos melhor ainda; a pequena família firma-se, aumenta, se não seu número, ao menos sua união e seu bom espírito; possa o Senhor nos confirmar em sua divina caridade.

            Abraço-o com ternura nEle e em sua Santíssima Mãe.

 

                                               Le Prevost

 





177 Antigo aluno arquiteta, Louis Lantiez (1825-1916), estava no Seminário São Sulpício, quando o padre Gentil, que ajudava nas obras da Comunidade, tinha levado seu antigo condiscípulo ao Sr. LP. O Sr. Lantiez entra na Comunidade no dia 10 de janeiro de 1852. Será capelão do orfanato de Vaugirard e o apóstolo zeloso dos meios populares. Eleito superior geral na morte do Sr. LP., ficará dez anos na frente da Congregação, antes de deixar seu cargo ao Padre Leclerc, no dia 20 de agosto de 1884.





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