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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 232 - ao Sr. Myionnet
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232 - ao Sr. Myionnet

Espírito de família durante a estada em S Valéry. A Comunidade sofreu de uma falta de ligação entre seus membros: é preciso, portanto, encarar uma consagração mais solene de seu dom total. O padre Beaussier está de acordo. Recomendações diversas sobre a vida de comunidade e as obras.

 

St Valéry-en-Caux, 29 de agosto de 1852

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Recebi ontem todas as suas cartas de uma só vez; foram, para o irmão Paillé e para mim, uma verdadeira alegria e fizeram como que reviver a Comunidade ao nosso redor, e, para completar o conjunto, eu recebia pelo mesmo correio uma longa carta de nosso bom Pe. Beaussier. Agradeço muito aos meus caros irmãos pelo amável empenho que tiveram em me escrever. Cada uma de suas pequenas cartas me causou um grande prazer; todas elas respiravam a simplicidade, o bom desejo do coração e a vontade sincera de glorificar a Deus. Responderei a cada um, se puder; o irmão Paillé, que chegará logo junto a vocês, levará essas cartas, algumas pelo menos, senão todas, pois a hora irregular dos banhos e a dificuldade que sinto em escrever imediatamente depois das refeições cortam mal meu tempo e não me permitem fazer tudo o que quereria. Não sou, aliás, completamente dono de mim mesmo; o irmão Paillé, como farmacêutico e concomitantemente um pouco médico da Comunidade, me governa aqui despoticamente. Assim, resolveu em sua ciência doutoral que dez banhos de mar me eram indispensáveis. Estou, portanto, forçado a ficar aqui até quarta-feira, para atingir esse número determinado de dez; pela mesma razão, ele ficará aqui também e chegará junto a vocês somente quarta-feira na tarde.

 

            Assegure todos os nossos caros irmãos de que essa pequena ausênciaserve para me mostrar o quanto eles me são caros e como o laço que me liga a eles é forte e poderoso.

 

            Nosso Pe. Beaussier concorda plenamente com nosso ponto de vista, a respeito das disposições que temos projetado. Elas respondem à maneira de ver que ele próprio tinha:  estava impressionado como nós com  a necessidade de ligar-nos mais firmemente e de tornar o corpo da Comunidade mais compacto e mais uno. O irmão Paillé parecia esperar somente uma palavra a esse respeito, seu coração estava pronto e, como o nosso, já trabalhado por Deus. Alegremo-nos, caro amigo, neste bom pensamento de imolar-nos a Deus, não mais do que já o havíamos feito interiormente, mas de dar-nos por uma consagração mais solene e mais santa, que será para nós a fonte de graças novas e mais abundantes. Ainda não comuniquei ao Sr. Carment nosso pensamento ao qual ele aderirá, tenho certeza, de bem grande coração. Falar-lhe-ei sobre isso na carta que vou lhe escrever; você poderia prepará-lo talvez,  fazendo-o sentir, de modo geral, que o mal-estar de que todos temos sofrido este ano provinha, em parte, da falta de ligação íntima entre nós, e que o momento parece ter chegado de nos unirmos mais firmemente.

 

            Diga a meu filho Bretonnier que lhe escreverei; que fique tranqüilo, ele está provado, mas isso não deve causar-lhe estranheza: o demônio reúne todos os seus esforços para desviá-lo de seu caminho, não vai conseguir, Deus será o mais forte e permanecerá o dono da praça. Esse bom jovem se engana, não lhe recusei a permissão de ver o bom Pe. Jesuíta que ele tinha conhecido em Strasbourg. Tinha dito a ele, ao contrário, que poderia combinar com você. Você poderá, portanto, resolver a hora e o dia com ele.

            Não ficarei zangado se resolvesse de vez o caso do Sr. Bourbonnet; não creio que ele nos convenha; é preferível que isso não se arraste. Para a cozinheira, veremos na minha volta; procurei por aqui, mas as mulheres daqui não podem afastar-se de sua região e ambientar-se em outros lugares, não se deve pensar nessa possibilidade. Rezemos ao bom Mestre e à Santa Virgem, para que nos ajudem a fazer de nossa casa um interior como o de Nazaré.

 

            É boa a idéia que teve nosso bom padre Lantiez de nos prepararmos para a Natividade de Maria por uma novena; poderemos dizer todos os dias a Ave maris stella, com a oração de Terça Deus qui salutis etc. Mas, sobretudo, aplicaremos a esta intenção nossos pensamentos, nossas orações, nossas ações, que juntaremos em união com as da Santíssima Virgem, para estarmos todos de um só coração com seu coração no dia de seu bem-aventurado nascimento. Preparamo-nos também de longe para o retiro que devemos ter a peito de fazer em boa e perfeita disposição.

            Não encontro nada a lhe indicar para o trabalho das crianças; o bom Deus nos inspirará.

            Quanto ao recreio, à noite, podemos deixá-lo sob a vigilância do Sr. Polvêche e também de alguém de entre nós que se juntará a ele; brincar seja no fundo do jardim, enquanto for possível, seja, em caso de chuva, em sua sala de estudo, com diversos jogos que juntaremos; às 8 horas e quinze, podem ir deitar-se todos na mesma hora sob a conduta de Yves [Larivière], que será encarregado especialmente da vigilância e que se sentirá honrado por isso; com a condição de que um de nós suba para buscar a luz delas dez minutos depois e se assegure de que tudo está em ordem. Acho que tudo estaria seguro assim. O Sr. Polvêche, mais idoso, continuaria o recreio conosco, ou, antes, o começaria, pois ele, na realidade, só começa nesse momento.

 

            Importa regular bem, desde o início, o tempo do jovem Polvêche, que é apresentado como trabalhador e que deve conservar seus bons hábitos.

 

            Esqueci duas ou três pequenas recomendações antes de partir, indico-as aqui:

 

            1o --- mandar o quanto antes à Sra. Michelin, que o reclamou de mim várias vezes insistindo, a nota de tudo o que foi avançado para Emile na primeira comunhão ou de outro modo.

 

            2o --- mandar pegar dois colchões e um travesseiro que pertencem a François; a senhorita Gauthier faz questão disso; tardei demais. François dirá o endereço e poderá ir para lá com  alguém.

 

            3o --- pedir ao Sr. Maignen para mandar entregar sem mais demora ao Seminário do Santo Espírito as remessas de Petites Lectures para o Sr. Caille. Faz dois meses que esse pobre amigo espera de nós esse pequeno serviço.

            Aí está, acredito, tudo o que tenho de mais urgente neste momento para lhe dizer; se algo me voltar à memória, o escreverei pelo irmão Paillé.

 

            Tenha confiança para sua distribuição, vai dar certo; o bom Deus vela sobre nossas crianças e sobre nós e o bom São Vicente também lhe inspirará a simplicidade e esse puro amor de Deus que são os meios mais seguros de agir bem; tudo para Deus e sob o olhar de Deus.

 

            Abraço você e todos os nossos irmãos, inclusive nosso bom Casimir [Larivière] que não me escreveu, mas do qual conheço os bons sentimentos.

 

            Adeus, meu bom velho amigo.

 

            Seu Pai e amigo em N.S.

                                               Le Prevost

            Esteja bem alerta para que o irmão Maignen não se canse demais, peço a ele para ser dócil neste ponto em particular.

 




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