Diligências para o
pessoal doméstico. Devoção marial: Maria é fonte de graças para a Comunidade. O
Sr. Caille se prepara para pronunciar seus votos.
Duclair, 6
de setembro de 1852
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Propunha-me voltar para vocês amanhã terça-feira, pois tenho pressa de pôr fim
a um repouso que me afasta de nossa querida Comunidade e de nossos trabalhos;
mas indicaram-me uma doméstica que pareceria poder convir para nossa
casa179. Creio dever atrasar um dia ou dois minha volta, para
assegurar-me se encontraríamos nela o que nos é preciso. É uma antiga doméstica
de minha irmã, que havia-se casado e que ficou viúva. Tem dois filhinhos, um de
7 anos, outro mais novo; minha irmã acha que ela assumiria de bom grado nosso
serviço, se quiséssemos que fosse acompanhada de seus dois pequenos órfãos. É
uma mulher firme, trabalhadora e de confiança, que conheço muito, por tê-la
visto durante uns quinze anos na casa de minha irmã. Acho que seria uma boa
aquisição; seus dois meninos, que são muito gentis, não nos atrapalhariam, o
maior acompanharia os exercícios dos nossos, o mais novo poderia passar seus
dias no asilo que está em nossas cercanias. Não vejo inconveniente grave nesse
projeto, mas ainda não sei se essa mulher se decidirá a vir a Paris;
minha irmã vai de propósito a Rouen para vê-la e propor-lhe essa condição. Na
minha chegada, lhe direi se essa combinação é ou não praticável; partirei daqui
sexta-feira cedo e chegarei junto de vocês à tarde.
Sinto muito não poder assim solenizar com vocês a amável festa da Natividade e
fazer a adoração noturna que deve encerrá-la; daqui estarei em união com
vocês, em todos os momentos do dia, e partilharei de coração todos os seus
exercícios. Cuide bem, caro amigo, para que todos os nossos irmãos se preparem
de antemão, da melhor forma possível, para bem celebrarem o nascimento de nossa
bem-amada Mãe, a Santíssima Virgem, lembrados de que a ela é, depois de Jesus
nosso divino Salvador, que devem todas as graças gerais e particulares que
receberam. Acho que, sobretudo na vigília, as leituras, os colóquios, as
ocupações e o espírito deveriam ser orientados para esse assunto; as festas bem
preparadas trazem à alma bênçãos muito abundantes.
Nosso irmão Caille virá para o encerramento de nosso retiro, para firmar
seus compromissos conosco. Está somente triste por esse limite por demais
restrito de três anos e temia que tivéssemos alguma dúvida sobre o futuro,
sendo que estávamos tão pouco corajosos para dispor dele. Expliquei-lhe que, no
fundo do coração, o compromisso seria perpétuo, mas que, para ficar fiel
aos costumes e às regras da prudência, precisava tomar laços temporários, antes
de ligar-se irrevogavelmente. Vou, na minha volta, rever o R. Pe. de Ponlevoy
para o nosso retiro; gostaria que você pudesse tomar oito ou dez dias de
repouso, durante os quais você recolheria sua alma e faria seu retiro, pois,
parece-me impossível, ou bem difícil ao menos, que deixemos todos juntos a
casa. Você viria reunir-se a nós com o Sr. Caille para o encerramento; veremos,
aliás, se existe alguma melhor combinação.
Adeus, meu caríssimo amigo, dentro de três dias, se o Senhor o permitir,
estarei no meio de vocês. Assegure todos os nossos irmãos de meu terno apego e
receba, você mesmo, o afetuoso abraço de
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Peça ao irmão Paillé para entender-se com o Sr. Muffang, para preparar a
reunião da Santa Família; deve-se particularmente pensar no padre para a missa,
no altar que precisa ser montado, no orador, no organista de quem o Sr.
Maldiney deve ter cuidado com o Sr. Derennes, organista de Saint Sulpice, na
ausência do Sr. Tardif.
Teria gostado que pudéssemos ter nossa nova capela180 para o fim do
retiro, para fazermos nela nossos exercícios a partir desse momento.
Nosso irmão Maignen pode adiantar um pouco as obras? Simplicidade, piedade,
isso basta; tem-se a permissão do Sr. Eglée?
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