Comportamento a manter
para com um jovem vocacionado. Não hesitar em separar-se dele se a prudência o
exigir. Uma ajuda seria necessária para conduzir a obra de Amiens.
Paris, 20
de junho de 1853
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Escrevo-lhe, sem demora, para agradecer-lhe a conduta totalmente bondosa e
firme que teve para com o jovem Albert Marcaire. Não desespero que, com
um pouco de perseverança, você possa colocá-lo no bom caminho. Ele tem um bom
coração e, se for mantido tal, superará as dificuldades que encontrará em seu
caminho. Todavia, caríssimo amigo, se esse jovem não seguisse docilmente seus
conselhos, se, eventualmente, chegasse a ser um mau exemplo para os outros e se
tornasse um motivo de inquietação para você, não hesite em tomar a respeito a
decisão que a prudência cristã lhe sugerir. Você só pode admitir perto de
si jovens animados de boas disposições, sentindo o favor de seu apoio tão
caridoso e tão paternal e respondendo com submissão e
gratidão. Uma só pessoa que não estivesse com esses sentimentos poderia desviar
os outros de seu caminho e lhe suscitar grandes embaraços. Não haveria razão,
portanto, para vacilar se, após algumas provas, você não chegasse a um
resultado satisfatório.
Partilho inteiramente de sua opinião relativamente à fundação de sua casa em
Amiens. É preciso que os espíritos estejam dispostos e que você sinta uma
colaboração ao seu redor em favor dessa boa obra. De outra forma, a carga
recairia de modo exageradamente pesado sobre você, e seu isolamento poderia
comprometer seu êxito. Continuemos, portanto, caríssimo amigo, a rezar e
mantenhamo-nos sob a mão do Senhor, que nos empregará na sua vinha como lhe
aprouver. Somos pobres operários que Ele toma a seu serviço; a submissão, a
confiança em sua bondade são as qualidades que nos convêm.
Fico sabendo com prazer que Jules Sausset se acha melhor; creio que o ar do
campo lhe será salutar e que ele, na colônia do Sr. de Renneville, está tão bem
colocado como se poderia desejar.
Nosso caro Sr. Vasseur queria escrever-lhe algumas linhas, não sei se ele terá
achado o momento para tanto; ele vai bem e nos dá sempre satisfação. Vi, pela
pequena carta que lhe enviou o jovem Thuillier, que esse jovem tem igualmente o
desejo de consagrar-se ao serviço de Deus e pensa um pouco em entrar em nosso
meio. Deixo-lhe inteiramente o cuidado, caríssimo amigo, de estudar suas
disposições e de julgar, quando chegar a hora, sobre a decisão que se deveria
tomar a respeito dele.
Somos bem felizes, ao pensarmos que seus negócios poderiam trazê-lo em breve a
Paris; os poucos instantes que você passa no meio de nós estreitam nossos laços
e nos unem sempre cada vez mais intimamente.
Fiz uma pequena excursão de negócios em suas cercanias há alguns dias; estive
até em Clermont. É na estrada de Amiens; tinha alguma tentação de ir até lá e
de surpreendê-lo por uma pequena visita inesperada; mas estava com pressa de
voltar e pensava, aliás, que mais valia aguardar alguma ocasião que a
Providência proporcionará por si mesma para ir vê-lo; sejamos pacientes, a hora
dela virá.
Todos os nossos irmãos vão bem, nossa pequena família está presentemente em boa
disposição, tenho confiança de que o divino Senhor está no meio de nós. Possa
Ele estar também sempre com você, caríssimo amigo, e com suas crianças;
pedimos-lhe por você suas mais abundantes bênçãos.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Nosso irmão Maignen não recebeu nenhuma carta sua.
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