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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 248 - ao Sr. Caille
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248 - ao Sr. Caille 

As pequenas Comunidades permitem laços mais estreitos. Não se pode, portanto, afrouxar esses laços sem que elas sofram. Como vão as jovens vocações. O Sr. Le Prevost anuncia-lhe a aquisição do terreno e dos edifícios de Vaugirard.

 

Paris, 12 de julho de 1853

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Não tive a satisfação de ver os excelentes Srs. que me trouxeram sua carta, fiquei muito sentido por isso e espero que uma outra ocasião me  será mais favorável. O Sr. Vasseur, que os viu, ficou sabendo por intermédio deles que podíamos esperar vê-lo domingo próximo; seria para todos nós uma grande alegria, para mim em particular, caríssimo amigo, que muitas vezes sinto uma espécie de tristeza por vê-lo tão raramente. Quando as comunidades são muito numerosas, fazem colônias e, necessariamente, os irmãos ficam longe uns dos outros; mas, quando ainda formam apenas uma pequena família, os laços são tão estreitos, que não se pode afrouxá-los sem sofrimento. Aceito, todavia, caro amigo, nisso como em tudo, a santa vontade de Deus, e o bendigo todas as vezes que Ele nos permite aproximar-nos por alguns instantes.

 

            Tinha mandado avisar a roupeira para aprontar o pequeno pacote de Jules Sausset, mas ela não foi encontrada em casa quando seus jovens Confrades vieram; portanto, os objetos reclamados ser-lhe-ão entregues quando você vier.

 

            Estou muito feliz por ficar sabendo que o jovem Marcaire vai um pouco melhor; creio que ele tem muito respeito e afeição para com você e que se corrigirá aos poucos de seus maus costumes, se você continuar dando-lhe seus bons conselhos. Ele escreveu a seus pais uma pequena carta que os encantou. Dizia que começava a entender, sob sua direção, o que era o bom caminho e que sentia um verdadeiro desejo de andar nele. Você também não deseja nada diferente, caro amigo, senão ver esses pobres meninos seguir o caminho reto; espero que este menino lhe deverá sua salvação.

 

            O irmão186 dele vai sempre bem entre nós; pede-lhe para confirmar a Alberto que pensa nele muitas vezes diante de Deus. Ficarei bem satisfeito, se você vier aqui, de ser apresentado por você ao Sr. Padre Cacheleux. Tudo o que me disseram de seu zelo e de suas virtudes me faz desejar conhecê-lo. Ele é, aliás, tão bom  para você e para suas obras, que  me deve ser caro, por esse motivo que lhe merece toda a nossa gratidão.

 

            Fomos mais rápidos do que você em nossa obra de órfãos; espero que isso aconteça pela vontade de Deus, e não por nossa inspiração própria. Impelidos pelo pedido de um aumento considerável que nos fazia nosso proprietário em nosso aluguel, e vendo, por outro lado, que não poderíamos nos estabelecer completamente nesse local, sem gastos bastante consideráveis, chegamos a uma decisão: apesar de nossa pobreza, adquirimos, em Vaugirard187, um local bastante vasto com alguns edifícios que, bem adaptados, poderão receber nossas crianças e nós. É um ato um pouco ousado em nossa posição, mas temos rezado bastante antes de agir, fomos também atrás de sábios conselhos, esperamos, portanto, que o Senhor estará conosco. Una suas orações às nossas, caríssimo amigo, para que levemos esse empreendimento a bom termo.

 

            Adeus, caríssimo amigo, todos os nossos irmãos o reverão com alegria e o esperam impacientemente; até lá, abraço-o ternamente em N.S.

 

            Seu afeiçoado e devotado amigo e Pai em J.C.

 

                                               Le Prevost

 

            Esquecia de dizer que nosso irmão Casimir Michel, muito bem restabelecido de sua doença, está novamente no meio de nós há alguns dias.

 





186 Jules Marcaire (1832-1918) originário de Lille, havia entrado em Comunidade no dia 2 de abril precedente; nomeado no Orfanato da rua de lArbalète, irá em seguida a Vaugirard e Amiens. Será um modelo de vida religiosa e de simplicidade.



187 A Comunidade se achou rapidamente apertada na rua de lArbalète. “Não estávamos em propriedade nossa e não tínhamos dinheiro” (Sr. Myionnet). Segundo este último, o Sr. LP. se teria dirigido assim ao Senhor: ”Vejo claramente que não quereis que residamos na casa dos outros; uma Comunidade que começa (...), é preciso que esteja em casa própria. Se tal é, de verdade, vossa vontade, dai-me um sinal”. Ora, uns benfeitores se apresentaram (entre os quais o Sr. e a Sra. Taillandier). O Sr. LP. achou, do lado de Vaugirard, no sul-oeste de Paris, no ângulo da rua du Moulin e da rua des Vignes (hoje rua Dombasle e Dantzig), uma vasta propriedade. O contrato é assinado no dia 15 de julho de 1853 e é no dia 8 de fevereiro de 1854 que a Comunidade e o Orfanato se instalaram ali.





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