Há uma santa
inteligência entre os corações, que aproxima as almas na dedicação e na caridade.
O Sr. Vasseur admitido para fazer suas promessas. Diversas notícias da
Comunidade.
Paris, 21
de novembro de 1853
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Achávamos que você tardava muito a nos dar notícias, e somente estávamos
consolados de seu longo silêncio pelo pensamento de que você ia chegar logo.
Agradeço-lhe as certezas que nos dá de seu terno apego; ele responde ao
nosso, que nem o afastamento, nem a ausência saberiam alterar; longe disso, a
confiança recíproca aumenta e a vontade de permanecermos unidos em Deus e para
sua glória parece doravante assegurada. Não saberíamos desconhecer a graça de
Deus nessas situações, pois somente ele aproxima assim as almas na dedicação e
na caridade; possa essa santa inteligência de nossos corações produzir bons
frutos para nossos irmãos e para nós.
Nosso caro Alphonse responde à pergunta que você me fazia, se continuava
a nos dar satisfação. Você está vendo como ele deu um jeito em algumas
tentações que lhe sugeria às vezes o demônio, como é comum no ano de noviciado.
Ele me havia, várias vezes, contatado sobre a possibilidade de fazer suas
promessas em breve; eu tinha adiado para o nosso retiro da Páscoa próxima, mas
vendo-o nestes últimos dias um pouco inquieto, embora sem grande motivo, pelas
imaginações que o mau espírito lhe representava, pensei que poderia
livrar-se delas, tomando corajosamente sua decisão. Não duvido que esse meio,
cujo bom resultado já experimentamos, lhe saia perfeitamente bem. Ele teria
gostado que seu Padre Caille estivesse presente nesse interessante ato de sua
vida, mas pensou que seu bom anjo o inspiraria a rezar por ele.
Quanto aos jovens Thuillier e Crestel, deixo-o inteiramente juiz de suas
disposições e das orientações que convém lhes dar. Rezo muitas vezes por eles,
como por toda essa amável e cristã vizinhança que o bom Deus lhe deu.
Assegure-os de minha afeição e de minha boa recordação. Abraço também o pobre
Saussett, rezamos por ele com nossas crianças. Todos os nossos irmãos vão bem e
o esperam; quando você demora demais para vir nos visitar ou para nos escrever,
a reclamação é geral. Não temos nada de novo. Um bom moço parece dever entrar
em nossa comunidade, ele pertence à Conferência Saint Sulpice. Creio que tem as
qualidades desejáveis, só que é de tamanho tão pequeno, que o menor de
nossos irmãos é grande perto dele. Se, como espero, seu coração é largo e alto,
seu tamanho de anão não será obstáculo aos nossos olhos.
Exorto bem o Sr. Albert a dar-lhe satisfação, e espero sempre que o tempo
amadurecerá sua razão.
Adeus, caro bom amigo, abraço-o ternamente em J. e M.
Le Prevost
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