O Sr. Le Prevost cuida
da boa organização de uma reunião da Santa Família.
Saint
Valéry-en-Caux, 4 de setembro de 1854
Caríssimo Confrade e amigo em N.S.,
Apesar de minhas resistências, tive que me ausentar por alguns dias e abandonar
nossas queridas obras de Paris. Não estarei mais do que 8 ou 9 dias longe de
você, e, no entanto, vejo que vou faltar à próxima reunião da Santa Família,
no domingo, 10 de setembro, devendo estar de volta somente na terça-feira
dia 12. Não tenho inquietação alguma por causa disso, sabendo, caríssimo amigo,
como posso contar com você a respeito de tudo, como vontade, como aptidão,
experiência, etc. Escrevo-lhe, portanto, estas duas palavras, para pedir
que tenha a bondade de me substituir e tomar algumas pequenas providências de
antemão, para a ordem da reunião.
Começando pelo mais essencial, seria desejável ver nosso Pe. Millériot,
que não estava bem seguro de estar em Paris para o dia 10. Se ele devesse estar
ausente, providenciaria sua substituição, mas seria bom saber disso e combinar
com ele.
O Sr. Quéron, agora
professor na Instituição do Sr. Joliclerc, em Montrouge, me prometeu falar à
nossa assembléia do 10 de setembro; talvez não fosse ruim lembrar-lhe isso por
uma palavra.
O Sr. Lecoin entregaria-lhe os números da loteria, com a lista dos doentes e
dos falecidos e lhe diria ao mesmo tempo as particularidades de algum
interesse, se há.
O Sr. Tardif, que acompanha habitualmente os cantos com o órgão, está ausente.
Uma senhora, morando com seu marido, na rua do Gindre 8 ou 10, Dona
Ruché, me trouxe um jovem organista, que procura um emprego e que se ofereceu
para tocar o órgão durante as férias. O Sr. Lecoin, a seu convite,
poderia avisar esse jovem organista e confiar-lhe nosso caderno de música que,
desde o retiro, deve ter ficado nas mãos do Sr. Cholet.
Não vejo outro pormenor a recomendar a seus cuidados benevolentes; acontece às
vezes que, durante as férias, o catecismo não se reúne de manhã e
esquece-se montar o altar. Várias vezes fomos tristemente surpresos por
essa omissão, que deixava sem a Santa Missa todos aqueles de nossa pobre gente
que ainda não a haviam assistido. Acho, portanto, que o Sr. Lecoin deveria
assegurar-se de que tudo está em ordem a esse respeito.
Deveria desculpar-me, caríssimo Confrade, por causar-lhe tantos embaraços, mas
prefiro muito bendizer ao Senhor, que me deu sua preciosa afeição e que, através
disso, me fez o dom de todo tipo de bens ao mesmo tempo, tanto para mim que ela
consola, anima, edifica, como para nossas obras, que o acham sempre presente,
quando há alguns bons conselhos a dar, algumas palavras calorosas a dizer,
algum trabalho a realizar. Portanto, bendito seja o Senhor que fez seu coração
e que dignou-se abri-lo para mim; bendito seja ele também por ter tornado
o meu verdadeira e ternamente agradecido e devotado a você.
Adeus, caríssimo amigo, abraço-o como irmão, como amigo na caridade de nosso
divino Senhor.
Le Prevost
Até quinta-feira, inclusive, aqui na casa de Dona Gagnerelle, estrada de Amont.
De sexta a segunda-feira, na casa de Dona Salva, minha irmã, em Duclair (Sena
Inferior).
Escrevo ao ar livre, batido pelo vento, com o papel sobre os joelhos.
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