Boas disposições da
comunidade de Amiens. O Arcebispo de Paris encarrega um de seus vigários gerais
de representá-lo junto à Congregação. Reconhecimento diocesano formal.
Importância da correspondência para a união das duas comunidades.
Vaugirard, 20 de fevereiro de 1855
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Dir-lhe-ei hoje somente algumas palavras, tendo muito pouco de tempo e não
querendo, por outro lado, em colóquios compridos demais, consumir o seu, que é
precioso.
Estou muito feliz pelos sentimentos que você me
exprime; encontro neles a confirmação das boas esperanças que concebi sobre o
futuro da nossa pequena Comunidade de Amiens. Encontro todos os elementos de
sucesso que podia desejar: dedicação absoluta, simplicidade de coração e desejo
sincero de glorificar a Deus. O bom Mestre não exige mais do que isso e, quando
Ele próprio prepara tais meios, quer aproveitá-los para sua glória.
Tenhamos confiança, portanto, caro amigo, somos bem pequenos e bem fracos, mas
o Senhor está conosco.
Tenho alguma pequena esperança de que nossas relações com o Arcebispado,
até aqui totalmente satisfatórias, mas pouco freqüentes, se tornarão mais
habituais e mais encorajadoras ainda para nós. Monsenhor, por si
mesmo210, nos mandou um de seus Vigários Gerais [Sr. Dedoue] para nos
trazer a certeza de seu interesse todo paterno, para nos visitar, ver
nosso interior de Comunidade, nossas obras, nosso regulamento. Esse enviado do
Pontífice foi muito bom e muito afetuoso em sua visita, que nos prometeu
renovar muitas vezes. Pensamos que essas relações poderão trazer nosso
reconhecimento formal pela autoridade diocesana que, até aqui, só nos
reconheceu tacitamente. Seria um passo para frente em vista da situação
definitiva de nossa pequena Comunidade.
Desejo, caro amigo, que você me escreva muitas vezes, mesmo que sejam apenas
algumas palavras, e o irmão Vince, menos carregado do que você, completará o
que você não tiver conseguido dizer detalhadamente. É preciso que nos sintamos
viver juntos e que façamos um pouco de movimento e de barulho, para não nos
deixar esquecer uns dos outros.
Mas sobretudo não
esqueçamos uns dos outros diante de Deus, aí está que nossa união será guardada,
firmada, e tornar-se-á sempre mais íntima.
Seria um prazer para mim saber que o Sr. de Brandt tenha consentido
encarregar-se de você. Parece-me ser um homem piedoso, interior, como é preciso
para você; peço a Deus para inspirar-lhe o que será melhor.
Adeus, caríssimo amigo, nosso pequeno irmão Ernest está restabelecido e vai
bem, todos estão em boa disposição, todos o amam e o abraçam nos Corações
sagrados de Jesus e de Maria.
Seu devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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