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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 201 - 300 (1850 - 1855)
    • 298 - ao Sr. Caille
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298 - ao Sr. Caille

A respeito de alguns incidentes da vida de comunidade. Toda vida de comunidade tem suas dificuldades, que, no entanto, forjam as almas. Exortação à confiança e à paciência. Notícias de Vaugirard.

 

Vaugirard, 15 de abril de 1855

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Deixei passar muitos dias sem responder à sua boa carta do começo deste mês; minha desculpa está, como sempre, em nossos trabalhos fortemente multiplicados e também numa certa impotência de cabeça, que me causou a mudança da estação; sacudo da melhor forma  essas dificuldades para escrever-lhe algumas palavras hoje.

 

            Agradeço-lhe pelo envio de seus relatórios; nos interessaram muito e nos mantêm ao par de seus esforços; é um encorajamento para nós, já que, se somente   cumprimos aqui uma pequena tarefa, esta se acha engrandecida por suas obras, cujo mérito partilhamos, como você também participa de nossos humildes trabalhos. Aí está o benefício da íntima união que reina entre nós. Sinto sempre mais vivamente o quanto doce e preciosa ela é e espero que o Senhor dignar-se-á de aumentá-la ainda e confirmá-la cada vez mais.

 

            Fico muito grato com suas cordiais aberturas comigo sobre os pequenos incidentes de sua vida de comunidade. Eles não têm gravidade nenhuma, mas seriam mais inquietantes a partir do dia em que você pensasse em  não me falar deles, mesmo que fosse num espírito de mortificação e de caridade, pois então a pequena contrariedade dissimulada se poderia envenenar, enquanto, sendo exposta, apaga-se e se reduz a nada. Aliás, não se inquiete de forma alguma por esse pequeno incidente: nosso irmão Vince é impressionável, como os homens de frágil e delicada complexão, pode ceder a um movimento de pena ou de irritação, mas tem um fundo de sólida razão e sobretudo uma dedicação cristã a toda a prova. Respondo-lhe por seu coração e garanto-lhe também sua submissão; sempre voltará a si após um primeiro impulso e, afinal, só lhe dará satisfação. Tenha toda a confiança nele, ele a merecerá e o secundará com a afeição e o zelo que você tem direito de esperar.

 

            Compadeço-me cordialmente com os embaraços que lhe sua situação tão complicada, mas tenhamos confiança em Deus e o deixemos agir. Ele nos indicará bem seguramente o caminho que devemos seguir.Quando você tem alguns cansaços e dificuldades, coloque-os no Coração tão terno desse bom Mestre, com toda simplicidade, e pedindo-lhe que o ajude: seu socorro não lhe faltará. Rezarei com você, ou melhor, rezaremos todos juntos, e nosso Pai Celeste nos ouvirá.

 

            Aqui não temos nada novo; nosso bom padre Lantiez está restabelecido e retomou suas ocupações costumeiras; nosso pobre Sr. Viollat vai sempre se apagando, parece estar por um fio.

 

            Tivemos, em nossa pequena capela, todas as solenidades da Semana Santa e das festas da Páscoa. Não nos esquecemos de você nelas. E você, está entrevendo alguma esperança de ter, em sua casa, o Santíssimo Sacramento: tem a missa de vez em quando? O Sr. Cacheleux é sempre, como o vi, bom e dedicado por você e por suas obras? Você aparecer algum indício de vocação? Aqui, não temos nada bem marcado sob esse respeito. Mas temos 8 meninos perseverantes, já bastante avançados, e que se classificaram definitivamente como aspirantes ao serviço do Senhor. Se todos não forem até o objetivo, alguns, esperamos, poderão atingi-lo.

 

            Você agiu bem e sabiamente ao firmar nosso pequeno irmão Thuillier contra seus escrúpulos; ele não tem motivo nenhum de tê-los, tendo o coração reto e simples. Creio que  irá muito bem e sem desvio em seu caminho.

            Não vejo ocasião para mandar-lhe o livro de Monsenhor de Angers e os catecismos; se não achar daqui a alguns dias, farei a remessa pela estrada de ferro.

 

            Adeus, caríssimo amigo e filho em N.S., não fique triste com as poucas e pequenas dificuldades que, nos primeiros tempos, pode apresentar sua situação em vida comum. São quase inevitáveis até que os corações se tenham entendido, que os caracteres se tenham um pouco formado e acomodado e que a posição esteja estabelecida. Nós tivemos, também, em nossos começos, alguns pequenos atritos; nosso Pe. Beaussier não se inquietou de forma alguma com isso e, com sua elevada experiência, nos prescreveu não nos importarmos absolutamente com isso; com um pouco de tempo, tudo se conserta. Os pequenos choques servem para humilhar, para mortificar o amor próprio, e, enfim, deixam as almas melhores depois do que antes. Não tenha também modéstia e desconfiança excessiva de si mesmo, pois Deus o escolheu e colocou como chefe da pequena família, Ele estará com você se se apoiar nele; espírito de , espírito de abandono e de confiança, espírito de paciência e de suporte, todo o seu caminho está ali; permaneça nele, caríssimo amigo, você chegará a um final feliz.

 

            Seu amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

 




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