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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 308 - ao Sr. Caille
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308 - ao Sr. Caille

O Sr. Le Prevost censura-se por não ter encorajado bastante a comunidade de Amiens. As provações purificam os que se confiam em Deus. Hospitalidade entre as diferentes casas da Comunidade. Razões que podem legitimar uma viagem do Sr. Vince.

 

Vaugirard, 28 de junho de 1855

 

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S..,

 

            Queria, todos os dias desta semana, escrever-lhe; parecia-me que não tinha sido bastante bom por nossa pequena família de Amiens; que tinha insistido demais, em nossas conversações íntimas, sobre as poucas pequenas misérias que podem ser suscetíveis de repreensão e não tinha encorajado bastante todo o bem que já se faz no meio de vocês, todos os seus bons sentimentos e esse ardor tão cristão de que estão animados pela sua santificação e pela salvação de suas crianças. Censurava-me, em uma palavra, por ter mal cumprido a finalidade de minha viagem, que era confirmá-los em suas boas disposições e aumentar sua confiança no futuro. Se tal fosse o caso, caríssimo amigo, eu teria expresso muito mal os sentimentos de que meu coração estava cheio, pois, o que sentia antes de tudo no meio de vocês era uma viva e profunda gratidão pelo bom Mestre, que reuniu para a fundação de nossa primeira colônia em Amiens elementos totalmente marcados por sua sabedoria e sua bondade; de tal modo que não sobrava para mim a menor dúvida sobre a existência e a estabilidade definitiva de seu pequeno estabelecimento. As pequenas coisas em que ainda se encontra dificuldade sob seus passos, são apenas os exercícios deixados à sua caridade, à sua humildade, paciência e generosidade de coração pela divina Sabedoria que não deixa provações a seus filhos, senão para purificá-los e aperfeiçoá-los. Estejamos, portanto, muito confiantes, caríssimo amigo, o Senhor está conosco; sentiremos sua ajuda e assentaremos com seu auxílio a obra de salvação e de misericórdia que o Coração de Jesus nos proporcionou. Agradeço-lhe, meu excelente amigo, pelos sentimentos tão repletos de caridade, de submissão e de humilde dependência de sua carta; com um tal espírito entretido de ambas as partes, estamos bem seguros de consolidar nossa união e de torná-la duradoura. Agradeço-lhe também pelo acolhimento bom demais que você nos fez em Amiens; gostaria que a estada de um de nós na casa de Amiens e a dos irmãos de sua casa em Vaugirard não trouxesse transtorno nenhum no regime e na ordem habituais, de modo que, indo de uma a outra casa, a gente se sentisse sempre em casa, quer dizer sem cerimônia alguma nem sobrecarga para ninguém. Estou bem agradecido também pela generosa atenção que você teve em pagar nossa viagem de volta, mas acho que você não deverá fazer assim no futuro; será o bastante que nossas casas nos sejam sempre abertas de ambas as partes. A verdadeira hospitalidade cristã será assim bem e convenientemente observada. Sabemos bem, no fundo, que tudo é comum entre nós, já que não temos nada que não seja de Deus e para Deus, mas é preciso manter um certo equilíbrio para que cada obra subsista e guarde sua ação.

 

            Deixo-o totalmente livre para a viagem que tenciona seja feita pelo irmão Vince. Posso, todavia, assegurá-lo de que essa consolação não lhe é necessária e que ele se comportará muito bem sem isso; creio, portanto, como ele, que  deveria se ausentar agora, somente no caso de você previr que ele não poderá vir para o retiro do mês de outubro. É de se pensar talvez que, se nosso bom Mainville ou o irmão Thuillier devessem vir nessa época, você dificilmente poderia  deixar partir também o irmão Vince. Então, poder-se-ia antecipar para ele o momento da vinda, para que pudesse também fazer um pouco de retiro. Mas, repito, tudo isso está absolutamente em sua decisão. Ele poderia fazer um pouco de retiro em Amiens tão bem como aqui, e respondo-lhe mais uma vez que  se submeterá de bom grado ao que você desejar. As pequenas resistências interiores que ele ressente às vezes nunca o impedirão de cumprir seu dever: conte, portanto, com ele, e sua confiança não será enganada.

 

            Agradeço-lhe pelo envio que quer me fazer dos tecidos; se ainda não estão a caminho, pedir-lhe-ia para fazer uma escolha,  por um valor equivalente aos 100f que você propõe entregar-me para completar os 1.000f.

 

            Gostaria, meu bom amigo, de não lhe impor sacrifício para esses tecidos: eu me sentiria mais à vontade para pedir-lhe outros em toda ocasião, se isso fosse considerado simplesmente como negócio concernente à sua casa de comércio. Entre esses tecidos, havia uma ou duas peças imitando o damasco, que você me dizia especiais para as casas religiosas; teria gostado, salvo seu parecer, de experimentar uma dezena de metros; seguirei, todavia, seus conselhos, sabendo que você conhece as qualidades desse material melhor do que eu.

 

            Rezaremos bem pelo Sr. Masson e por sua noiva e por todos vocês também. Somos ternamente apegados e nos alegramos no pensamento de que esse laço durará para o tempo e para a eternidade. Abrace nossos irmãos por mim, ofereça meus respeitos aos Srs. Mangot e Cacheleux, assim como nossas boas lembranças aos vossos amigos.

 

            Seu todo afeiçoado Pai em N.S.

 

 

                                               Le Prevost

 




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