As Quarenta Horas em Vaugirard. O Primeiro
Tabernáculo em Amiens.
Vaugirard,
14 de julho de 1855
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Recebi sua boa carta e, dois dias depois, o pacote de pano que você nos
destinou; agradeço-lhe por ambas as coisas; o pano é bem próprio para fazer
vestimentas próprias para a estação. Você está agindo para conosco como a
Providência, que dá cada coisa na hora certa e segundo as necessidades do
momento.
Teria-lhe escrito antes, mas, durante os dias que acabamos de passar, nossa
adoração das Quarenta Horas, antes, durante e depois, nos ocupou tanto, que mal
tínhamos um momento livre. Nossa pequena capela quase não se esvaziou durante
três dias; duas vezes por dia, nela se faziam instruções com cantos em honra do
Santíssimo Sacramento e as noites passavam também em adoração. Vimos
com alegria essa quantidade de homenagens e de respeitos pelo divino Senhor. E
eis que, sem tardar, Ele nos recompensa por tê-lo cercado assim de um pouco de
atenção e de amor, sendo que Ele concede à nossa querida casa de Amiens a
felicidade inestimável de possui-lo incessantemente.
Oh!
alegro-me por isso, nos alegramos muito com vocês aqui; sabemos por experiência
que força e que vida vem a uma casa com Aquele que é a caridade e a vida. Vocês
serão verdadeiramente constituídos a partir do dia em que o divino Mestre vier,
como um de vocês, para fazer-se irmão entre vocês, para governá-los,
ampará-los, assisti-los em suas obras. Vamos todos agradecer-lhe a graça que
Ele lhes concede: a compartilhamos vivamente com vocês.
Meu irmão Vince se atormenta mais do que convém a respeito de minha saúde; um
movimento sanguíneo me deu uma dor de ouvido e, no conjunto, experimento há
dois meses um pouco de fraqueza, mas esses estados são tão comuns para mim, que
não me preocupo de modo nenhum: isso passará, como tantas outras indisposições
que também não tinham nada de sério.
Os diversos objetos de gesso que o irmão Vince nos pediu estão prontos, só
espero que estejam um pouco secos, para empacotá-los, para que sejam
menos facilmente quebrados. As lâmpadas serão colocadas também na caixa com os
catecismos.
O irmão Paillé representou o Sr.Mangot e os demais associados da Sociedade São
Victor na reunião que acaba de realizar-se, para o exame dos negócios que dizem
respeito a essa Sociedade. Vai ser endereçado um relatório dessa sessão; acho
que ela não será sem utilidade para a prosperidade da obra; aliás, vou escrever
algumas linhas ao Sr. Mangot a esse respeito.
Adeus, caríssimo amigo, você não mais nos fala de sua viagem. Estava pronto
para partir há um mês e ainda o esperamos; abraço você e seus irmãos nos
Corações sagrados de Jesus e de Maria.
Seu afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
P.S. --- Acho que na quinta-feira, festa de São Vicente de Paulo, vamos admitir
como postulante um bom jovem, que me parece animado das melhores disposições.