Conselhos
para aplanar algumas dificuldades de relacionamentos com o clero de Amiens.
Vaugirard,
18 de outubro de 1855
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Nosso caro irmão Mainville chegou sem dificuldade entre nós e parece tomar
muito bem seu lugar; espero que não tenha dificuldade em tomar os hábitos de
Comunidade e que sinta algum bem com nossos exercícios e com o regime geral da
casa.
Os detalhes que você me deu em sua última carta me entristeceram um pouco,
porque me fazem temer algum esfriamento ou dificuldade em seus relacionamentos
com o Sr. padre Cacheleux, e também algum descontentamento contra você no
Bispado. À primeira vista, e sem dar ao meu parecer uma grande insistência, já
que posso ignorar várias circunstâncias neste assunto, parece-me que teria sido
bom proceder aqui com muita circunspeção. Não acho que a formalidade de tomar o
parecer do Sr. Mangot o tenha colocado muito em segurança. Você
mesmo tinha provocado o pedido do Sr. padre de Brandt, insinuando várias
vezes ao Sr. Mangot (e notadamente uma vez em Vaugirard) que você veria essa
decisão com prazer; o parecer do Sr. Mangot, amigo íntimo do Sr. de Brandt, não
podia, aliás, ser muito diferente e não podia, conseqüentemente, deixá-lo
bem protegido. Teria me parecido bem mais simples consultar confidencialmente o
Sr. padre de Ladoue, Vigário Geral, que tem uma grande bondade para conosco.
Com seu parecer, você podia ir para frente em segurança e sem nada temer;
enquanto hoje, a medida a que você chegou, sem tomar nenhum aviso sério, pode
parecer suspeita ao Bispado.
O Sr. padre Cacheleux me parece também ter nisto algum motivo de queixa.
Associou-se a você para a criação de suas obras, partilhou suas despesas e
cuidados, tem direito de pedir que você não tome, sem seu consentimento,
nenhuma medida concernente a essas obras, sobretudo se tem alguma
importância. Ora, não se pode negar que, considerando a situação do Sr.
de Brandt em relação ao Bispado, sua introdução na casa tivesse uma importância
bastante grave.
Parece-me que você deveria fazer o quanto antes uma pequena visita ao Sr.
Ladoue, para explicar-lhe que você agiu com simplicidade e somente em vista de
procurar uma missa cotidiana à sua casa, que você pede-lhe para não ver nada
mais do que isso na sua diligência. Acho também que você deveria ao Sr.
Cacheleux algumas explicações ou até mesmo desculpas amáveis. Ele foi bem
confiante e bem bondoso para conosco, não devemos faltar de gratidão para com
ele.
O irmão Vince não está melhor até agora; esperamos, porém, que com cuidados o
restabeleceremos: o médico nos dá alguma confiança neste sentido. O irmão Vince
pede para mandar-lhe, através de nossos irmão Thuillier e Allard, suas vestes e
coisas necessárias.
Agradeço ao meu pequeno irmão Marcaire por sua boa e afetuosa carta; o amamos
sempre muito; rezamos com nossas crianças por seu irmão Albert.
Esperaremos nossos jovens irmãos sábado, os acolheremos, é evidente, de braços
abertos; e você também, caro amigo, o acolheremos bem ternamente no
encerramento do retiro, quando virá por alguns instantes reunir-se a nós.
Abraçamo-lo ternamente em Jesus e Maria.
Le Prevost
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