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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 325 - ao Sr. Caille
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325 - ao Sr. Caille

Detalhes sobre o desenrolar de sua viagem e sua instalação no vilarejo pireneu do Vernet. Como o Sr. Le Prevost conta tirar proveito da provação do afastamento e da inação. Ele convida o Sr. Caille a se  corresponder com o Irmão Myionnet para os negócios do Instituto.

 

Le Vernet, 24 de novembro de 1855

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            A carta que lhe escrevi na véspera de minha saída de Paris o terá inquietado talvez, por causa da súbita determinação que havia tido de tomar, por ordem dos médicos, de ir para tão longe procurar meios de cura. Por isso, não demoro em escrever-lhe de nosso lugar de residência, para tranqüilizá-lo, dando-lhe diretamente notícias minhas.

 

            Chegamos aqui no domingo passado, dia 18 deste mês, após 7 dias de viagem, porque meu irmão Paillé, que a Comunidade encarregou de me acompanhar, não quis que eu viajasse de noite, o que atrasou nossa marcha. As chuvas, que são raras nesta região, mas que parecem-se com um dilúvio quando caem,   nos causaram também algumas dificuldades nos últimos dias. Fora disso, chegamos sem problema, menos cansados que se poderia ter pensado, após uma tão longa caminhada e para forças tão esgotadas como as minhas. Com efeito, aí está minha principal doença: uma fraqueza extrema, que a ausência de apetite e um nojo absoluto pelos alimentos tinham aos poucos levado até um começo de tísica. Parece certo que, se tivesse permanecido em Paris, eu não teria encontrado bastante forças para suportar ali o inverno, como o declaravam formalmente os médicos. No entanto, eu tinha muita dificuldade em resolver-me a uma viagem tão longínqua e necessariamente bastante dispendiosa; mas todos os nossos irmãos, nosso Padre Beaussier o primeiro, se reuniram para pedi-lo; acreditei ver nessas instâncias e pareceres a vontade de Deus e me decidi.

 

            Estamos aqui faz pouco tempo demais para que possa, até agora, prever claramente quais resultados terão os cuidados que se dão à minha saúde; tenho, porém, indícios favoráveis: o ar tão puro que respiramos me devolveu o apetite; o sol que brilha quase todos os dias me esquenta e sem dúvida vai me fortalecer. As águas sulfurosas que se vem tomar aqui, a disposição geral da casa que está constantemente numa temperatura igual por meio de água quente circulando através de canos em todas as peças, são outros tantos meios que tendem a destruir meu mal, quer dizer meu estado de esgotamento e a lesão, aliás pouco considerável, de meu peito. Penso, portanto, caríssimo amigo, que entra nas intenções de Deus, que me deu esses diversos meios de cura, que eles atinjam seu objetivo e me recoloquem em condição de partilhar ainda por um  tempo seus trabalhos e suas obras. Procuro, aliás, permanecer em indiferença e abandonar-me plenamente à sua muito adorável vontade.

 

            Reduzido à inutilidade, por enquanto, por minha miséria corporal, esforço-me por compensar um pouco pela oração as obras ativas que não posso realizar. Nossa pequena casa de Amiens, acredite-me, tem sobretudo uma parte em minhas lembranças diante de Deus: peço muitas vezes, todos os dias, a esse bom Mestre que Ele digne-se fundá-la ele mesmo como Ele a quer e em disposições tão boas que  possa servir de modelo para as que teríamos para fazer em seguida.

 

            Espero que você tenha agora consigo nosso querido Sr. Allard; ainda não recebi a esse respeito informação positiva, nossos irmãos, até agora,  puderam escrever-me uma só palavra, às pressas, e que não incluía tipo nenhum de pormenor, porque eles ainda não tinham nosso endereço e temiam  que sua carta não chegasse até nós.

 

            Espero que você me escreva logo e que me diga bem precisamente como vão você e meu pequeno irmão Marcaire, e suas obras, e tudo o que lhes interessa. Você sabe o quanto tudo isso me toca vivamente. Se precisasse de conselho para alguns negócios, você poderia consultar o irmão Myionnet, que me substitui em tudo e cujo bom espírito você conhece. Para mim, estou a uma distância por demais grande e na maioria das vezes minhas respostas tardariam demais a lhe chegar. Acho também que daqui a um certo tempo, quando o irmão Myionnet estiver bem seguro, poderia fazer-lhe uma pequena visita e ir ver com você o Sr. padre Halluin; você me dirá se devo escrever a esse excelente Senhor. Parece-me que o faria melhor e mais convenientemente depois que ele mesmo nos tivesse feito alguma abertura positiva e tivesse pedido para examinar conosco se convém realizar em nossas obras alguma útil união; você me comunicará seu parecer sobre esse ponto.

 

            Adeus, caríssimo amigo, abrace para mim meus dois pequenos irmãos Marcaire e Allard; ofereça meu respeito ao Sr. padre Mangot e Cacheleux, nossas boas lembranças a seus amigos.

 

            Sou com uma terna afeição, em Jesus e Maria,

 

            Seu devotado amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- O irmão Paillé assegura os irmãos de Amiens de sua fraterna afeição.

 




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