Não se
atormentar pela falta de fervor sensível. Devoção marial: “uma criança passa
sempre com sua mãe sem dificuldade”. Deixar-se conduzir pelos Superiores.
Espírito de infância.
Vernet, 9
de fevereiro de 1856
Caro filho em N.S.,
Vejo com prazer que você e nossos bons irmãos ainda não me esqueceram; havia
dito a mim mesmo: vão me escrever durante os primeiros meses, mas aos poucos
vão se acostumar com minha ausência, as coisas acontecerão e resolver-se-ão sem
mim, de modo que na minha volta encontrarei o lugar tomado e, como o Sr. de la Salle, me botarão para
fora230. Mas parece até agora que não é bem assim. No entanto, como não
se deve submetê-los a prova demorada demais, tentarei fazer com que minha
ausência não se prolongue muito mais. Só que ainda não estarei bem firme quando
voltar, e se não quiserem me reduzir em pedaços, será preciso me pegar com um
pouco de precaução. Rezo sempre muito por você, caro filho, e tenho a confiança
de que a Santíssima Virgem velará sempre sobre você. Embora possa ter um pouco
menos de fervor sensível, continue sempre fiel a ela, que não cessará de ser
sua Mãe, e você, meu caro Alphonse, não cessará de permanecer seu bom e
comportado filho. Seja assim toda a sua vida e, no último dia,
apresente-se com esta disposição, ela o pegará pela mão e você entrará
junto com ela. Uma criança, estando com sua mãe, tem sempre passagem livre, sem
dificuldade alguma.
Sua sorte, caríssimo filho, está em suas mãos; você tem certamente tudo o que
precisa para tornar-se um bom religioso, vigie e reze, e a perseverança não lhe
faltará. Parece-me que é a mesma coisa igualmente com nosso bom pequeno
Ernesto; só que ele não desconfia bastante de sua inexperiência. Se quiser
andar com segurança e em paz, deve deixar-se conduzir como uma criancinha por
seu pai Myionnet. Um pouco mais tarde, quando estiver mais esclarecido e
mais adiantado, verá como eram sábios os conselhos que lhe foram dados. Você
que é o mais velho, vigie sobre ele, ampare-o suave e afetuosamente, reze muito
por ele, suas orações o ajudaram a vir, devem ajudá-lo também a perseverar.
Abraço-o ternamente.
Seu Pai
Le Prevost
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