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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 352 - ao Sr. Decaux
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352 - ao Sr. Decaux

Anúncio de sua partida para Hyères, nos Alpes Marítimos. Alguns confrades de Prades vieram visitá-lo. Providências para Nazareth, “que se tornou um pouco a obra comum”. Ele lhe recomenda o Sr. Maignen, sobrecarregado de trabalho.

 

Vernet, 25 de fevereiro de 1856

            Caríssimo amigo e irmão em N.S.,

 

            Ia escrever-lhe quando me chegou sua cara epístola. Primeiro, porque não tinha recebido diretamente notícias suas há muito tempo e, em segundo lugar, para avisá-lo de que, em  conseqüência do aviso do médico que me deu aqui seus cuidados, nós deixamos o Vernet para irmos a Hyères. É amanhã, sem  dúvida, que sairemos. Os meses de março e de abril são aqui muito instáveis, chuvosos, muitas vezes até nevosos. Acham que mais vale para meu peito ainda tão frágil evitar as variações freqüentes demais da temperatura; vamos, então, como as andorinhas, proteger-nos contra o frio e buscar um clima mais suave. Estou um pouco chateado por tomar cuidados tão ternos de minha pessoa, mas, quando se está uma vez nas mãos dos médicos, não se é mais muito dono de si. Aquele que me governa aqui parece encantado por ter quase completamente parado minha tosse: olha isso como uma cura maravilhosaDeus sabe, no entanto, que pobre instrumento ainda é meu peito; o mínimo frio, o menor sopro um pouco vivo, uma conversa de alguns minutos, são uma causa de sofrimento e de esgotamento. Fiz, porém, a experiência de minhas forças estes dias a serviço de nossa querida Sociedade de São Vicente de Paulo. Nossos Confrades de Prades, informados de que eu estava aqui em tratamento, vieram com seu Presidente me fazer uma visita fraterna. Acolhi-os da melhor forma possível e dei-lhes alguns pormenores sobre o estado das obras de Paris, sobre o Conselho Geraletc. Mas, no fim do colóquio, não muito demorado, porém, encontrei-me tão esgotado que nossos Confrades, vendo-me quase sem sopro, tiveram que se retirar. Essa visita não será, porém, espero, sem algum resultado; decidimos nossos Confrades a fazer alguns esforços para criar algumas Conferências que façam irradiar a sua; prometeram sondar o terreno em Vinça, em Ille e em Olette. Meu irmão Paillé fez expressamente duas viagens para esta última localidade para preparar os espíritos: o Pároco está muito bem disposto, há bons elementos, mas são divididos, será a tarefa da caridade uni-los.

 

            Fiquei profundamente tocado ao ficar sabendo das marcas de interesse que o Conselho Geral, o de Paris e nossas Conferências, deram à nossa obra de Nazareth. Estou todo feliz pelo fato de a Sociedade confirmar e aumentar seus direitos sobre essa casa: teria sido em demasia a de nossa pequena Comunidade, se tivéssemos exclusivamente trabalhado à sua fundação; mas, na situação atual, ela tornou-se um pouco a obra comum: todo o mundo lhe trouxe sua pedra e seu concurso de caridade. Assim se realizavam os grandes empreendimentos nos bons tempos da , mas estamos ainda bem pouco fortes para realizarmos obras ousadas. Não sei se, apesar de minha confiança bastante robusta, eu teria ousado começar esta com a previsão das proporções que  tomou; mas qualquer que  seja, acho-a sinceramente de Deus e abençoada por Ele, e repito muitas vezes para me firmar a palavra do cântico: In te Domine speravi, non confundar in aeternum.

 

            Agradeço-lhe muito, caríssimo amigo, os seus testemunhos de boa vontade para a organização dos serviços caritativos de Nazareth. Escrevi, estes últimos tempos, ao Sr. Boutron em relação aos aluguéis dos idosos; ele tem, acho eu, o projeto de reunir uma Comissão composta de um membro de cada uma das 4 Conferências, para pensar nas medidas que dizem respeito à instalação e a todas as decisões de ordem e de admissão. Ficar-lhe-ei infinitamente grato por apoiar e dirigir nossos Confrades em todos esses cuidados, como em todas as medidas que concernem à obra no seu conjunto; é uma coisa a constituir, é importante que seja bem colocada e solidamente fundada.

 

     Recomendo-lhe também sempre meus bons irmãos, que seu coração tão afetuosoadotou como seus. Estou particularmente preocupado por nosso caro irmão Maignen, que carreguei até esmagá-lo e que seu ardor dedicado põe em perigo de esgotar-se. Vele um pouco sobre ele paternalmente, ajude-o com  todos os seus meios e impeça-o, se puder, de ultrapassar no trabalho a medida de suas forças. Sinto-me todo consolado por poder tratar com você como em família dessas coisas tão íntimas para mim, e bendigo ao Senhor que pôs entre nós tais laços de caridade que meus interesses mais caros são igualmente preciosos para você.

 

            Adeus, caríssimo amigo, seja o intérprete de meu devotamento e de minha gratidão junto ao Sr. Baudon, ofereça também minhas respeitosas lembranças aos nossos Confrades do Conselho Geral. Aperte afetuosamente a mão de nosso bom amigo, Sr. Frion, e encarregue-o de meus sentimentos de respeito para sua querida família.

 

            Continuo sendo bem cordialmente seu nos Corações sagrados de Jesus e de Maria.

            Seu amigo e irmão

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- Espero sempre voltar pelo fim de abril, a não ser que a estação esteja ruim demais em Paris e me obrigue a adiar um pouco minha chegada. Reze um pouco por mim, que reza fielmente por você.

 




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