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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 353 - ao Sr. Vince
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353 - ao Sr. Vince

Ao irmão Vince,  que está nas últimas (morrerá em 22  de março), o Sr. Le Prevost dirige uma de suas mais lindas cartas. Encoraja-o a lembrar-se de que Deus é um Pai que ama. Aquele que (como o irmão Vince) amou e serviu aqui em baixo seus irmãos e os pobres, será acolhido no Céu pelo amor de Deus. “Nós que vivemos no ar da caridade, o amor nos acolherá no último dia”.

 

Hyères, 5 de março de 1856

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Tinha pressa de chegar à nossa nova destinação, para responder à sua boa cartinha, que muito nos consolou a meu irmão Paillé e a mim. Se alguma coisa, com efeito, pode nos fazer encarar com menos pesar o pensamento de que Deus talvez queira chamá-lo de volta para Si logo e tirá-lo à nossa afeição, é a confiança de que Ele o fará para assegurar-lhe a felicidade e colocá-lo no Céu, perto de nosso bem amado irmão Viollat, para que vocês protejam juntos seus irmãos que ficaram na terra do exílio.

 

Você me pede, caríssimo filho, para perdoar-lhe as penas que poderia ter causado à Comunidade e a mim, e as faltas ou falhas que poderia ter cometido. Se há necessidade de algum perdão, caro amigo, para algumas fragilidades ou imperfeições da pobre natureza, eu lhe dou, em nome de todos e de todo o meu coração. Mas devo dizê-lo, caríssimo amigo, não me volta à memória nada notável e que, alguma vez, me tenha dado algum pesar sério. Só me lembro neste momento da sua afeição, de seus bons desejos e da sua terna dedicação aos seus irmãos, às nossas obras e a mim mesmo, por indigno que eu fosse.  É com grande alegria que sinto em mim esta disposição, pois, se eu, miserável pai, tão incapaz e tão insuficiente, acho em meu coração somente terna indulgência e amor compassivo para você, o que farão portanto o Pai das infinitas misericórdias, Maria, a mais perfeita das mães, Jesus, o mais devotado dos amigos, José, seu protetor sempre fiel! Que confiança devemos achar nesse pensamento e que doce esperança derrama em nosso coração. Oh, sim! Esperemos, caríssimo amigo, pois Deus é nosso Pai, um Pai indulgente que acolhe chorando de alegria o filho pródigo e que nunca afasta um coração que se oferece com um pouco de abandono e de amor. Parece que nós, que vivemos no ar da caridade, não temos lugar em nosso coração para o medo; temos procurado o amor, o amor nos estende os braços e nos receberá no último dia.

 

            Penso com doce alegria, caro filho, que, se você nos deixar, ninguém entre nós irá mais cedo juntar-se a você do que eu, que vou ficar bem frágil e sujeito a muitos acidentes. Até lá, aliás, não estaremos muito separados: as ternas lembranças, a oração, a união constante de nossos corações nos manterão muito próximos um do outro e nos farão viver ainda juntos. E, no entanto, caro filho, teria sido tão doce para mim abraçá-lo mais uma vez; se essa consolação me fosse recusada, se seu Pai São José o chamasse durante o mês que lhe é consagrado, pense, caríssimo filho, que estou perto de você, que meu coração não o deixa, a não ser para elevar-se para Deus e invocá-lo por você.

 

            Conjuro-o de haurir nos tesouros de seu divino Coração suas mais ternas, suas mais amorosas bênçãos e de derramá-las sobre você em plenitude.

 

            Abraço-o ternamente em Jesus e Maria.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 




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