O
Sr. Le Prevost o prepara para seu próximo retiro: a renúncia “é a última
palavra da vida religiosa”. Desejo do Sr. Le Prevost de unir-se a seus irmãos
pela caridade, no Coração de Deus.
Hyères, 6
de abril de 1856
Caríssimo filho em N.S.,
Escrevo-lhe somente algumas linhas, tendo que escrever várias cartas; mas vou
compensar seriamente o atraso após minha volta, que agora será próxima, espero.
Não poderei falar-lhe muito, pois a respiração e a voz me faltariam logo, mas
eu o verei, estarei perto de você e pedirei ao Senhor que diga ao seu coração o
que eu não puder exprimir de outra maneira.
Eu o acompanhei pelo pensamento durante as solenidades da Semana Santa. Tinha
pedido a Deus muitas graças para você, durante esses dias de bênção. É a
consolação e a doçura depois da dureza do inverno e das austeridades da
Quaresma. Vejo com alegria, por sua carta, que meus votos foram atendidos. Vou
agora rezar por seu retiro. Oxalá seja bem frutuoso para suas almas;
prepare bem seu coração para isso, meu caro Alphonse, abra-o para que o Senhor
nele entre e ali aja segundo os desígnios de seu amor. Tenho a confiança de
que, após esses santos exercícios, você terá dado alguns passos a mais na via
da renúncia, que é toda a doutrina de Jesus Cristo, o sumário da perfeição e a
última palavra da vida religiosa. Esses poucos passos dados rumo a Deus serão
também dados em direção a seu velho amigo e Pai, pois o que poderia nos
separar, senão o que é contrário à pura caridade, e o que unirá e fundirá
nossas almas, senão essa perda de nós mesmos em Deus, que consuma nossa união
no seu divino Coração?
Abraço-o ternamente.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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