Correções
a serem feitas no regulamento de Nazareth. O peso dos cuidados materiais
compete ao Superior. As pessoas acolhidas em comunidade não devem ser um peso
para ela. Não dar um emprego a um iniciante antes de ter experimentado suas
aptidões.
Hyères, 14
de abril de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Examinei atentamente o projeto de regulamento provisório que você me mandou
para Nazareth. Acho, como já lhe disse, seu espírito e suas disposições gerais
totalmente convenientes. Para a ordem dos exercícios do dia, acho que há
necessidade de fazer algumas pequenas modificações, porque não se tinha
reservado o tempo de sono indispensável e que, por outro lado, vários
exercícios estavam amontoados em tão curtos espaços, que seria absolutamente
impossível executá-los, tais como estavam indicados no papel. Estou certo de
que, revendo esse projeto, em cuja margem fiz consignar por nosso irmão Paillé
algumas observações, você partilhará meu parecer. Conto bastante também
com o bom espírito de nossos irmãos, por isso estou convicto de que se submeterão
a pareceres que me inspira somente o desejo de estabelecê-los em condições que
conciliem o bem de suas almas, de sua saúde e também o das obras de que são
encarregados.
Não esquecemos, meu irmão Paillé e eu, de que vocês começam esta noite seu
retiro. Rezaremos por vocês bem ardentemente e nos manteremos unidos a vocês de
coração e participaremos, espero, nos bons movimentos que o Espírito Santo
operará em vocês durante esses piedosos exercícios.
Acho muito bom o pensamento que você teve de fazer
orar nossos irmãos e lhes pedir um jejum para obter o socorro de Deus nas
necessidades da Comunidade. Acho, todavia, que não se deve falar aos irmãos, a
não ser com muita cautela, de seus embaraços financeiros, quando você
tem, para não alarmá-los. Aliás, é ao chefe da Comunidade que compete esse peso
das preocupações materiais. Os irmãos devem, de costume, ficar isentos disso,
esse cuidado não lhes diz respeito. Não acho também que se deva fazer grande
estardalhaço, por fora, no tocante à sua pobreza: você aumentará as
desconfianças da gente prudente para com a Comunidade. Penso que é preciso agir
em tudo isso com muita circunspeção. Aja ativamente e sobretudo apóie-se em
Deus e, como você o diz bem em sua última carta, que recebo neste instante, seu socorro, que nunca nos
faltou, não nos faltará.
Havia pedido ao Sr. Hello para convidá-lo a designar aquele dos irmãos que
deverá reunir as anotações para a nota sobre nosso irmão Vince e fazer
delas um conjunto. Cuide disso sem tardar após o retiro; você sabe, entre nós
mais do que alhures, as coisas adiadas são postas em esquecimento, não se obtém
resultado a não ser acompanhando-as com firmeza e precisão.
Você não me disse por que o Sr. Houdard nos abandonava. Nós o contrariamos em
alguma coisa? Você teria omitido pagar-lhe os atrasados quanto ao que tínhamos
prometido levar em conta para 1856 sobre suas inscrições romanas?
Aprovo seu sermão projetado para a casa de Vaugirard, mas será preciso acompanhar
esse assunto bem ativamente; se isso arrastar-se, será coisa falha. Você não
receia que Pentecostes seja um prazo bem curto? Pense nisso, mas o tempo urge,
você sabe tanto quanto eu.
Não se deve também descuidar do pedido reduzido para a loteria a 10.000f, até
menos, se isso lhe for aconselhado como mais prudente; mas o mais urgente é o
sermão. A subscrição é também coisa boa. Precisa somente que um meio não
prejudique o outro.
Não vejo muitos inconvenientes em mandar o Sr. Ernest [Vasseur] a Amiens
temporariamente, no lugar do Sr. Mainville, caso o Sr. Caille ache bom. Talvez
o Sr. de Renneville fique muito contrariado com isso. Se você tomasse essa
decisão, poderia dá-la a esses jovens irmãos como uma experiência momentânea de
um ou dois meses para o restabelecimento da saúde do jovem irmão Ernest.
Faça para o Sr. Assier o que a prudência lhe sugerir no interesse da
comunidade. Você não pode certamente guardá-lo, se ele tem enfermidades
incômodas. A pensão de 600f
que você pediu é, em todo o caso, parece-me, bem insuficiente. Acho que não
podemos acolher irmãos cujas famílias estão em boa situação financeira, a não
ser com uma pensão que cubra plenamente suas despesas, quando eles quase não
podem prestar serviço algum em nossas obras. Devem ser considerados então como
partilhando conosco um asilo piedoso que a comunidade pode conceder, com a
condição de que não resultem encargos.
Seus projetos a respeito do Sr. Boucault me parecem bons, mas você corre muito,
acho. É dar-lhe cedo demais um cargo pesado o fato de colocá-lo de improviso
nas classes, desde sua chegada, sem ter a certeza de que tenha aptidão e
disposição para isso. No meu entender, se você o experimentar, deveria ser por duas horas por dia somente, até que se tenha acostumado bem e que você
tenha plena certeza de não desgostá-lo por ocupações, no primeiro instante,
difíceis e preocupantes demais. Ele parece ser ardente, assumirá talvez com
entusiasmo, mas pode também logo desanimar. Vá devagar nesse caso.
Adeus, meu excelente amigo. Acabo de receber do Sr. Maignen uma boa carta sobre
os trabalhos e as obras de Nazareth. Espero que logo será a vez de Vaugirard e
que seus negócios, com a ajuda de Deus, tomarão um melhor aspecto. Abraço-o
afetuosamente.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Por favor, meu excelente amigo, cuide de franquiar direitinho suas cartas; às
vezes elas nem franquiadas estão, especialmente duas ou três das últimas. A que
recebi hoje foi taxada a 80 centavos a mais. Neste momento, acaba de chegar uma
do Sr. Maignen com um suplemento de 60 centavos. Seria bom mandar pesar suas
cartas no correio em caso de dúvida; um pesa-cartas custa apenas 2f.50.
Eis a taxa das franquias para as cartas de diferentes pesos:
Até 7 gramas e meio inclusos, selo de 20c.
Até 15 gramas inclusos, selo de 40c.
De 15 a
100 gramas, é preciso um selo de 80c.
De 100 a
200, um selo de 1f.60
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